Os adolescentes Kauan Correia, Carlos Henrique Nascimento e Wellington Gomes Simon, que estavam desaparecidos desde o dia 18 de agosto, foram assassinados por vingança, pelo simples fato de morarem em uma região rival do tráfico de drogas em Sooretama, no Norte do Espírito Santo.
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Segundo explica o secretário de Segurança Pública do Estado (Sesp), coronel Alexandre Ramalho, o crime brutal que tirou a vida dos três garotos se deu em um cenário onde duas áreas são dominadas por traficantes rivais: Areal e Baixada.
Os três meninos moravam na Baixada e não tinham ligação com nenhum crime. Já os criminosos responsáveis pelos assassinatos dominam o tráfico no Areal.
Tudo começou, de acordo com Ramalho, quando os adolescentes foram até o local onde houve um tiroteio, no dia 18 de agosto, data do desaparecimento. A vítima dos disparos estava no Areal e tinha sofrido um ataque de criminosos da Baixada, mesmo local que os adolescentes moram.
Assim que os traficantes perceberam a presença dos adolescentes na cena do atentado contra o rival, decidiram se vingar. Os meninos haviam saído de casa apenas para ver o que havia acontecido na rua, após ouvirem os disparos.
“Quando o tráfico do Areal soube que aqueles jovens pertenciam à Baixada, eles fizeram a apreensão desses jovens e aí fizeram uma série de crueldades cometidas contra esses jovens, que foram enterrados nesse local mencionado”, explicou Ramalho.
“Eles determinam quem circula”, diz coronel
Para além de crueldades como o caso registrado com os adolescentes, a criminalidade de Sooretama também faz uma espécie de controle a respeito das regiões que são acessadas pelos moradores.
Segundo Ramalho, esse controle foi o fator determinante para que fosse ordenado a execução dos adolescentes.
“A motivação é simplesmente porque eles pertenciam a esse local da Baixada. O tráfico impõe que a Baixada não pode ir ao Areal e o Areal não pode ir à Baixada. Eles determinam quem circula no município.”
Vítimas não possuíam relação com o tráfico
As investigações apontam que, apesar da motivação do crime girar em torno de criminosos atuantes em Sooretama, os adolescentes não tinham qualquer relação com esse meio.
A informação foi confirmada tanto pela polícia, quanto pelos familiares dos meninos.
“As vítimas não têm nenhuma passagem pela polícia. A família relata que eles não tinham nenhum tipo de envolvimento com tráfico. Nos telefones que eles tinham, que eram supervisionados pela família, nunca viram nada nesse sentido”, garantiu o coronel.
