Polícia

Ameaça em rede social teria motivado homem a esfaquear garota de programa em Vitória

O suspeito contou à polícia que esfaqueou a vítima para se vingar de uma amiga dela, também garota de programa, que teria ameaçado revelar caso para a esposa dele

Ameaça em rede social teria motivado homem a esfaquear garota de programa em Vitória
Weberty procurou a polícia nesta quarta-feira e afirmou que esfaqueou a vítima para se vingar de uma amiga dela Foto: TV Vitória

Uma ameaça feita por meio de uma rede social teria sido o motivo de uma tentativa de homicídio ocorrida no último dia 15, no bairro Maria Ortiz, em Vitória. Uma garota de programa foi esfaqueada por um cliente que havia tido um problema com uma amiga da vítima, também garota de programa. 

O suspeito, Weberty Nunes, se apresentou à polícia, nesta quarta-feira (21), e explicou a situação ao titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), delegado Adroaldo Lopes. Em seguida, ele foi liberado, já que não foi caracterizado o flagrante e não havia mandado de prisão expedido contra o suspeito.

“O depoimento dele tem reflexo de verdade e reflexos de que ele tenta atribuir o ato que praticou a uma legítima defesa, o que, a meu ver, pelo conteúdo que eu já tenho das oitivas das pessoas, inclusive da vítima, não é verdade”, frisou o delegado.

Adroaldo disse que intimará a garota de programa esfaqueada a prestar novo depoimento, para confrontar as versões da vítima com a do acusado. “Vou ouvir novamente ela, agora baseado com o depoimento dele, para fazer o confronto das declarações, tanto dele quanto dela, e tentar chegar realmente ao que ocasionou esse crime, ou seja, à sua motivação real”, ressaltou.

Vingança

Segundo Adroaldo Lopes, Weberty confessou que esfaqueou a vítima, identificada apenas como Larissa, para se vingar da amiga dela, Mikaela, que estaria ameaçando revelar para a esposa do suspeito um programa que os dois haviam feito cerca de três meses antes. O suspeito, no entanto, conta que ficou desesperado ao ver a vítima ferida.

“Fiquei desesperado, ela gritava muito. Depois ela correu e trancou a porta da casa. Aí foi o momento mais desesperador. Foi quando eu fiquei com medo e consegui fugir pela área de serviço”, contou. 

De acordo com o delegado, após fazer o programa com Mikaela, Weberty alegou que não tinha dinheiro para pagá-la e deixou com ela um cartão profissional, prometendo que voltaria em breve para quitar a dívida. No entanto, o tempo passou e o acordo não teria sido cumprido, mesmo com as ligações insistentes feitas pela garota de programa.

Segundo Adroaldo Lopes, Mikaela encontrou o perfil de Weberty em uma rede social e começou a mandar mensagens para ele, ameaçando contar tudo que havia acontecido entre eles para a esposa do cliente caso ele não pagasse logo o que lhe devia.

Irritado com a situação e com medo de ter o caso revelado, Weberty teria ligado para a casa de prostituição onde Mikaela atende seus clientes e alegou que queria marcar um programa. No entanto, ele teria insistido em saber se Mikaela estaria sozinha e ela respondia que estava acompanhada de uma colega.

O crime

Tentativa de homicídio aconteceu em Maria Ortiz, Vitória Foto: TV Vitória

Dias depois, Weberty teria ido ao prédio onde funciona a casa de prostituição e foi atendido por Larissa, que não tinha qualquer relação com o suspeito. Segundo Adroaldo Lopes, Weberty desferiu vários golpes de faca na garota de programa. Foram encontradas oito perfurações no corpo de Larissa, sendo seis nas costas.

“Pelo que a vítima narrou, até então tinha ocorrido tudo bem, inclusive a combinação do preço. Mas quando ele saiu do banheiro, estava totalmente transtornado, já com a faca na direção dela. Ela tentou correr dele e não conseguiu, porque estavam dentro de um compartimento fechado. Os golpes iniciais – e ele confirma isso no depoimento dele – foram todos pelas costas e depois atingiu a cabeça”, contou Adroaldo Lopes.

A polícia informou, na época do crime, que após fazer o programa com a vítima o suspeito teria prometido voltar mais tarde para repetir, mas com uma amiga dela, que seria Mikaela. Ao retornar, teria esfaqueado Larissa.

Após ser ferida, a vítima saiu correndo pedindo socorro. “A mulher saiu gritando para o meio da rua dizendo que um cliente havia a esfaqueado. Um amigo em um carro a socorreu e disse que tinha levado oito ou dez facadas”, contou, na época, uma moradora de Maria Ortiz, que não quis se identificar.