
O funcionamento do “hotelzinho” no bairro Palmital, em Linhares, palco das agressões registradas contra crianças por meio de um vídeo, foi suspenso após o flagrante no Espírito Santo. A informação foi repassada por meio de uma nota da Prefeitura de Linhares.
Durante uma fiscalização, o local foi inspecionado e constatou-se que não possuía alvará de funcionamento junto ao setor de fiscalização, “tampouco alvará sanitário na Vigilância Sanitária”.
Diante das irregularidades, o proprietário foi notificado e as atividades do estabelecimento foram imediatamente suspensas, até que sejam devidamente regularizadas todas as exigências legais.”
Prefeitura de Linhares
Imagens que circularam nas redes sociais, gravadas em um dos quartos mostram ao menos 15 crianças em idade pré-escolar. Uma das funcionárias lança jatos de um líquido diretamente no rosto dos menores, que se encolhem e tentam se proteger.
Veja as imagens:
Em entrevista à reportagem da TV Vitória, a mãe de uma das alunas, que não terá a identidade divulgada, contou que ao buscar a filha no ambiente escolar, percebeu que o olho da criança estava inchado e vermelho.
Percebi que o olho estava inchado, quando questionei, ela relatou especificamente a situação que aconteceu, mas não quis acreditar que seria aquela situação real. A parte do perfume que jogou nos olhos para acordar quis acreditar que era um acaso ou um acidente.”
Mãe da criança
Diante disso, a responsável afirmou que a filha já apresentava reclamações do hotelzinho e não queria ficar no estabelecimento. “Ela falou que não queria falar, falava que não gostava da tia, relatou que a ‘tia bate’”.
“Polícia já esteve no local realizando trabalho pericial”, diz delegado Fabrício Lucindo
O delegado da Polícia Civil de Linhares, Fabrício Lucindo, informou que o órgão continua na investigação ouvindo os pais das crianças e a Polícia Científica já esteve no local realizando um trabalho pericial.
A Polícia Civil continua na investigação ouvindo os pais das crianças, a Polícia Científica já esteve no local realizando um trabalho pericial. A Prefeitura Municipal de Linhares fechou o estabelecimento informando que não havia liberação da Vigilância Sanitária para funcionamento.”
Fabrício Lucindo, delegado da Polícia Civil de Linhares
Além disso, Fabrício Lucindo também confirmou a informação que a Prefeitura de Linhares fechou o estabelecimento informando que não havia liberação da Vigilância Sanitária.
Provavelmente na semana que vem esse inquérito será finalizado com o indiciamento das pessoas que cometeram o crime de maus-tratos contra essas crianças.”
Fabrício Lucindo, delegado da Polícia Civil de Linhares
Advogado de proprietária diz que cliente não tinha conhecimento
O advogado da proprietária do hotelzinho, Júnior Mendonça, disse que a cliente não tinha conhecimento das agressões que eram realizadas por meio das funcionárias. Diante disso, foi feito um boletim de ocorrência para tomar as providências cabíveis.
No mesmo momento que ela chamou nosso escritório, fomos até a Delegacia de Polícia Civil, fizemos um boletim de ocorrência para o delegado tomar todas as providências cabíveis. Para que aquelas duas moças que fizeram esse ato de covardia com as crianças sejam responsabilizadas.“
Júnior Mendonça, advogado da proprietária do hotelzinho
Nota do estabelecimento
O Hotelzinho Mamãe Coruja, onde o episódio ocorreu, divulgou nota sobre o caso, onde informou que repudia a situação e que as funcionárias foram afastadas do local. Leia a nota na íntegra:
“Em virtude dos eventos noticiados e publicados nas redes sociais e afins, a Direção do Hotelzinho Mamãe Coruja comunica que, aos longos dos 06 (seis) anos de atividade/funcionamento, sempre cuidou e zelou pelo bem-estar dos menores, atuando de forma para garantir as condições de desenvolvimento físico, mental, moral e social, em um ambiente digno, familiar e profissional.
Acima de tudo, o Hotelzinho e seus respectivos representantes, não compactuam e REPROVAM qualquer ato que atente contra a integridade física das crianças.
Por fim, esclarecemos que fomos à Delegacia de Polícia, registramos a ocorrência, para que a autoridade policial tome as medidas judiciais cabíveis.”
*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record