Os pais da menina Alice Rodrigues, de 6 anos, assassinada em um ataque a tiros em Balneário de Carapebus, na Serra, no dia 24 de agosto, abriram uma vaquinha online para ajudar a custear o conserto do carro, que foi destruído pelos disparos.
Alice foi atingida por um tiro na cabeça dentro do carro da família, na volta da praia, quando criminosos armados confundiram o veículo com o de integrantes de uma facção rival.
A vaquinha (acesse aqui) para auxiliar no conserto do carro foi aberta no dia 28 de agosto e tem meta de arrecadar R$ 17.500. Até a tarde desta sexta-feira (5), cerca de R$ 4,8 mil já haviam sido arrecadados.
Leiza Rodrigues, mãe de Alice, contou que o carro está muito danificado, por isso eles farão um conserto do veículo antes de vender, já que não querem manter a trágica memória que o automóvel carrega. Ela revelou que o dinheiro da venda vai ajudar em outras despesas da família.
“É uma lembrança muito dolorosa. Não é algo que eu quero manter”, destacou Leiza, que está grávida de uma menina, que se chamará Ayla. A bebê vai nascer daqui a aproximadamente duas semanas.
Leiza destacou que o funeral de Alice foi todo custeado por amigos do marido, Keique Rodrigues.
Relembre o caso
Além da menina, que morreu após ser baleada na cabeça, o pai foi atingido de raspão e a mãe, grávida, ficou ferida com estilhaços de vidro.
O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa do município, delegado Rodrigo Sandi Mori, explicou que todos os 12 envolvidos no ataque já foram identificados, entre eles está uma advogada. Três intermediários do crime e três executores já foram presos.
Entre os foragidos estão os três mandantes do crime e outros três executores:
- Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho (mandante);
- Carlos Alberto dos Santos Gonçalves Júnior (mandante);
- Ryan Alves Cardoso (mandante);
- Os executores foragidos não tiveram os nomes divulgados.
Entenda a participação dos suspeitos presos no ataque
Segundo o delegado, Sérgio é um dos líderes do tráfico de drogas nos bairros Industrial, em Viana, e São Diogo, na Serra. Ele também é apontado como um dos integrantes da cúpula da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Carlos Alberto, de acordo com a polícia, era membro da facção Terceiro Comando Puro (TCP) e teria migrado para o PCV. Ele seria o responsável por diversos ataques que ocorreram na região de Nova Almeida, entre 2023 e 2024. Já Ryan seria um dos líderes do tráfico em Lagoa de Carapebus.
Os três teriam se unido para expandir a área de atuação, que atualmente é dominada pelo TCP. Eles teriam fugido para o Rio de Janeiro e são procurados.
Eles teriam contratado Marlon Furtado Castro e Maik Rodrigues Furtado para identificar alvos a serem executados e escolher quem do grupo do tráfico cometeria o ataque. A dupla, que já foi presa, também teria que disponibilizar as armas.
Parte do armamento ficava escondida na casa da advogada Marina de Paula dos Santos, também presa. Ela é companheira de Marlon e, segundo a polícia, também trazia recados do sistema prisional para o grupo.
Marina e Marlon teriam contratado Arthur Folli Rocha, também já preso, por R$ 100 para vigiar a movimentação de viaturas entre Novo Horizonte e Balneário Carapebus.
Ainda segundo a investigação, Marlon e Maik teriam contratado Izaque de Oliveira Moreira para dar fuga ao grupo, caso algo desse errado no ataque aos rivais. Ele teria tentado ajudar Pedro Henrique dos Santos Neves, um dos executores, na fuga, mas os dois acabaram presos.
*Texto sob supervisão da editora Elisa Rangel