Foto: Sesp
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Armamento pesado, fuzis, granadas e grandes quantidades de drogas foram apreendidos durante uma operação simultânea no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

Durante a operação, 10 pessoas foram presas, e foi descoberto que as organizações criminosas, movimentavam R$ 43 milhões em um banco paralelo.

A ação, realizada na última quarta-feira (29), foi resultado de um ano de investigação conduzida pela inteligência da Polícia Civil capixaba.

O ponto de partida foi a prisão de um dos irmãos Vera, apontado como o principal operador de uma facção criminosa carioca no Espírito Santo.

Com a prisão de Luan, nós conseguimos encontrar elementos de informação ali que demonstram os comprovantes de depósito de várias pessoas para uma certa conta no estado do Rio de Janeiro. E com o nosso trabalho de investigação, a gente avança e consegue encontrar esse banco paralelo que funcionava dentro do complexo da Maré, explicou o coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade.

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Empresários entravam para a organização criminosa

Ao mirar na movimentação financeira da organização criminosa, a polícia descobriu que além do dinheiro lucrado pelo tráfico, a extorsão também abastecia a facção.

“O dinheiro vinha do tráfico de drogas, basicamente, da compra e venda de arma de fogo e também das extorções. Hoje, as extorsões são a principal forma de angariar valores”, detalhou o delegado.

Foto: Sesp/Divulgação

Em um dos casos investigados, um empresário que inicialmente era alvo das extorsões acabou se aliando ao grupo.

“Uma das empresas que seriam extorquidas começou a levantar suspeitas. O empresário passou a prestar contas ao líder da facção, informando ações como o corte de internet de empresas concorrentes. Ele deixou de ser vítima e se tornou um associado da organização criminosa”, completou o delegado.

Banco paralelo movimentou R$ 43 milhões

O banco paralelo do Complexo da Maré teria movimentado R$ 43 milhões em apenas seis meses.

Parte desse valor era oriundo do Espírito Santo, incluindo recursos obtidos com extorsões e o lucro do tráfico de drogas no estado.

“O dinheiro sai do estado do Espírito Santo e vai para o Rio de Janeiro. Isso é muito prejudicial para a nossa economia. Esse dinheiro deixa de circular no mercado econômico capixaba e passa a fortalecer as facções, que compram mais armas, mais drogas, imóveis e veículos de luxo”, ressaltou Alan Moreno de Andrade.

Com base nos dados levantados, a Polícia Civil capixaba mapeou os alvos da operação no Complexo da Maré e contou com o apoio da polícia fluminense.

“Atacamos várias áreas do Complexo da Maré ao mesmo tempo. Isso reduziu a possibilidade de confronto. Mas, ainda assim, houve tiroteios, barricadas e dois suspeitos foram mortos. Ambos portavam fuzis e tinham extensa ficha criminal”, destacou o subsecretário de inteligência da Polícia Civil do Espírito Santo, Romualdo Gianordolli.

Ao todo, mais de dez pessoas foram presas no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Entre os detidos estão uma familiar de Luan, o empresário que se associou à facção e um suspeito que armazenava drogas e munições em casa.

Foto: Sesp/Divulgação

Dinheiro desviado deve ser revertido para o ES

O delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, explicou que a apreensão de materiais e documentos pode ajudar a descapitalizar outras organizações criminosas.

Esses 43 milhões são compatíveis com a movimentação criminosa no Espírito Santo, mas o banco paralelo atendia todo o Complexo da Maré. Essa operação desestruturou traficantes daqui e de lá, afirmou.

A Polícia Civil pretende agora focar nos chefes das organizações e em suas transações financeiras ilícitas.

“A previsão da Polícia Civil, em um ano, é arrecadar em média quase R$ 1 bilhão. Nós vamos agora invadir o produto interno bruto criminoso dessas quadrilhas e reverter esse dinheiro para o Estado”, disse Arruda.

A operação realizada foi apenas a primeira fase, e novas ações devem ocorrer nos próximos meses.

“As investigações ainda vão durar bastante tempo, há muito material a ser analisado e, com certeza, teremos novas fases”, concluiu Arruda.

Foto: Sesp/Divulgação

Texto sob a supervisão da editora Erika Santos

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues

Repórter

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), atuou como estagiário no Jornal Folha Vitória entre 2023 e 2025. Atualmente atua como Produtor do Cidade Alerta e do Jornal da TV Vitória e Repórter no Jornal Online Folha Vitória.

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), atuou como estagiário no Jornal Folha Vitória entre 2023 e 2025. Atualmente atua como Produtor do Cidade Alerta e do Jornal da TV Vitória e Repórter no Jornal Online Folha Vitória.