Imagens do estacionamento de um prédio onde a empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes, de 53 anos, morava com o marido, Marcelo Fernandes, em Cachoeiro de Itapemirim, mostram os últimos passos da vítima antes do assassinato.

Nas cenas gravas é possível ver que Marcelo, apontado como assassino da esposa, chega ao estacionamento por volta de 23h40 de sábado (15). Ele dirige a mesma caminhonete branca que teria utilizado para cometer o crime.

Por volta de 23h44, Marcelo vai até o carro da mulher e abre a porta do motorista. Ele parece mexer em alguma coisa dentro do veículo. Logo depois, sai de perto do automóvel.

À 0h37, madrugada de domingo, Cláudia entra no elevador do prédio. Um minuto depois, entra no carro e dá a partida no veículo para sair.

Cerca de 15 minutos depois, à 0h52, Marcelo é visto saindo da garagem na mesma caminhonete branca.

Suspeito não toca no botão de elevador

Marcelo evita tocar diretamente com as mãos nos botões do elevador. Reprodução/Videomonitoramento

A próxima vez que as câmeras do prédio mostram Marcelo acontece às 1h59. Ele entra no elevador vestindo uma camisa azul e uma bermuda branca.

O suspeito evita tocar os botões do elevador e cobre os dedos com a camisa para apertar o botão para o andar do apartamento do casal. A partir daí não há mais imagens.

Marido é único suspeito

O delegado Felipe Vivas, que apura o crime, afirmou que não existe nenhum outro suspeito no radar das investigações, uma vez que “o marido da vítima é, sem dúvidas, o autor do crime”. A Justiça já expediu mandado de prisão contra ele.

“Pela sequência lógica de imagens que nós temos, acreditamos que o autor agiu sozinho. Não existe nenhuma outra pessoa nas imagens com o autor. Ele já teve a prisão temporária decretada, desde domingo já representamos pela prisão dele”, afirmou.

Ainda de acordo com o delegado, a polícia espera por resultados de perícia que possam indicar se o sangue encontrado no carro do suspeito era mesmo da vítima.

Ele relata que não há indícios de que a vítima tenha sofrido violência sexual, hipótese levantada pelo fato de que Cláudia foi encontrada seminua.

A hipótese mais provável, na avaliação da polícia, é a de que o vestido da vítima tenha sido levantado pelas rodas do carro do suspeito no momento do atropelamento.

Testemunha foi ouvida nesta terça-feira

Um homem de 33 anos que estava junto da empresária no momento do crime se apresentou à polícia nesta terça-feira (18) e prestou depoimento sobre o caso.

A presença do homem no local do crime foi confirmada por imagens de videomonitoramento, que o mostram correndo da cena. Ele estava usando camiseta, bermuda e chinelos.

Segundo a Polícia Civil, o homem nunca foi considerado o suspeito, mas sim uma testemunha fundamental para a elucidação do assassinato.

Ele contou em depoimento que aquela era a primeira vez que se encontrava com a empresária e que os dois haviam se conhecido por meio de um aplicativo na internet.

“Eu falei que ia te pegar”, teria dito marido da empresária

De acordo com o delegado, o homem contou que os dois se encontraram e ficaram cerca de 5 a 10 minutos conversando no carro da vítima, até que foram surpreendidos por Marcelo Fernandes, marido da empresária.

O que a gente fez hoje foi fazer a oitiva dessa pessoa que estava no veículo, um indivíduo que havia conhecido a vítima naquela oportunidade. Ele corroborou o que a gente já havia apurado, que eles haviam se encontrado em um determinado local e foram surpreendidos pelo marido da vítima, que falou para ela: ‘eu falei que ia te pegar’”.

Delegado Felipe Vivas

Cláudia teria alertado ao homem que era o marido dela e orientou que o acompanhante corresse, por medo de que Marcelo fizesse algo contra ele.

Marcelo é procurado pela morte de Cláudia Cristina. Reprodução/Arquivo Pessoal

O homem contou que começou a correr e, em determinado momento, ouviu um barulho de batida de carro e ficou com medo de que Marcelo estivesse atrás dele.

“Ele contou que ouviu esse ruído como uma batida de carro e ficou com medo de que Marcelo estivesse em seu encalço. Só no domingo pela manhã é que ficou sabendo do que havia acontecido”, relatou o delegado.

Entenda o caso

A empresária foi encontrada morta na manhã de domingo (16) em uma estrada de terra no bairro IBC, em Cachoeiro. A vítima era muito conhecida no setor empresarial da cidade.

Ela estava seminua, ao lado de seu carro, com o rosto desfigurado e sinais de atropelamento. O veículo carro estava com janelas abertas e porta-malas amassado.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro de Cláudia passou pela via durante a madrugada.

Veja o vídeo que mostra a movimentação dos veículos no momento do crime:

Cerca de 15 minutos depois, o equipamento flagrou uma caminhonete que pertence à filha da vítima, mas que estava sendo usada pelo marido de Cláudia, chegando ao local. Onze minutos depois, a caminhonete retorna de ré pela mesma estrada.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.