Polícia

Câmeras de reconhecimento facial já ajudaram a prender 300 suspeitos no ES

A prisão "número 300” foi considerado emblemática por se tratar um homem foragido há 25 anos

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Suspeitos presos por reconhecimento facial no ES. Foto: Montagem Folha Vitória
Suspeitos presos por reconhecimento facial no ES. Foto: Montagem Folha Vitória

sistema de reconhecimento facial, usado na segurança pública, já ajudou a prender mais de 300 suspeitos até o momento na Grande Vitória. A tecnologia começou a ser testada no fim de 2024, com câmeras espalhadas pela Região Metropolitana.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), o número de foragidos capturados vem aumentando mês a mês e alcançou, no mês de julho, o recorde de 110 prisões.

Já no dia 3 de julho, o sistema totalizou 200 prisões desde o início da operação no Estado e após 27 dias, o reconhecimento facial viabilizou mais 100 prisões. Entre os crimes estão: tráfico de drogas, roubo, homicídio, furto e estupro.

O secretário estadual de Segurança PúblicaLeonardo Damasceno, disse que a prisão “de número 300” foi considerada emblemática por se tratar de Assis José Toniato, de 66 anos, que estava foragido há 25 anos.

Assis José Toniato. Foto: Sesp/ Divulgação

Assis José tinha um mandado de prisão em aberto por participação em um homicídio no dia 18 de junho de 2000, em Domingos Martins. Ele e um comparsa armaram uma emboscada para a vítima, que foi executada a tiros e desde então, estava foragido da Justiça.

Damasceno descreve que mesmo com os graves crimes, as prisões são realizadas de “forma tranquila” com base no protocolo de abordagem.

As prisões são realizadas de forma muito tranquila, com o nosso protocolo de abordagem de um indivíduo que passa no meio da multidão. Não é um indivíduo preparado na guerra, a abordagem é feita para uma verificação da identidade e depois a captura.

Leonardo Damasceno

Presa após reconhecimento do Sistema Transcol

Fabyanna Ferreira Francisco. Foto: Sesp/ Divulgação

Outra prisão, realizada no dia 29 de julho, foi a de Fabyanna Ferreira Francisco, de 32 anos, detida após ser identificada por uma câmera de reconhecimento facial em um ônibus do Sistema Transcol.

Segundo a Polícia Civil, Fabyanna, que estava com um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas, desceu antes de chegar ao terminal para abordagem das equipes.

Informações foram repassadas para a Gerência de Inteligência da Sesp, que conseguiu identificar possíveis endereços da foragida. O relatório foi passado à Superintendência de Polícia Interestadual e de Capturas (SUPIC) que realizou a prisão.

Prisão por homicídio qualificado na Bahia

O reconhecimento facial também foi utilizado na captura de Orlando da Silva Vieira, 50 anos, preso no dia 25 de julho. Orlando responde pelo crime de homicídio qualificado na Vara Criminal de Porto Seguro, na Bahia.

Foi divulgado que o processo é do ano de 2006. Entretanto, não há detalhes do crime em que o homem estava foragido.

Orlando da Silva Vieira. Foto: Sesp/ Divulgação

Programa foi lançado em 2024

As câmeras estão instaladas em locais de grande circulação, em prédios públicos, terminais do Sistema Transcol e em cerca de 500 ônibus da frota urbana. O programa, lançado em 2024, passou por etapas e foi ampliado em maio.

A gente saiu de um projeto-piloto de reconhecimento facial, testamos com muito cuidado, com muita segurança para que a gente chegasse efetivamente em um sistema permanente e seguro, para as forças de segurança, cidadãos e criminosos.

Secretário estadual de Segurança Pública, Leonardo Damasceno

Durante as ações também foram realizadas 21 prisões de foragidos de sete Estados: 10 de Minas Gerais; 3 da Bahia; 2 do Paraná; 2 de São Paulo; 2 da Bahia; 2 de Rondônia; 1 da Paraíba e 1 de Alagoas.

Como é realizado o reconhecimento facial no ônibus?

  1. Passageiro embarca normalmente e o sistema capta imagem facial.
  2. Sistema cruza dados com banco de foragidos e se houver correspondência, é gerado alerta ao NIR/CIODES.
  3. É feita a confirmação do mandado de prisão com a verificação automática no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) e sistemas locais.
  4. É realizada a identificação da linha via GVBus. Equipes são acionadas com dado do foragido e destino.
  5. Feita uma abordagem policial e apreensão no momento do desembarque
  6. Em caso de falha na captura, a inteligência elabora dossiê que é encaminhado para a Superintendência de Polícia Interestadual e de Capturas (SUPIC) da Polícia Civil para a captura especializada.

*Com informações da repórter Suellen Araújo, da TV Vitória/Record

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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