Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O casal investigado e preso pela Operação Luxúria, teria feito um total de 25 vítimas, que apareceram e se manifestaram sobre os golpes aplicados no Espírito Santo. Eles são suspeitos de extorquir vítimas e movimentar mais de R$ 600 mil em seis meses.

Camila Francis da Silva, de 31 anos, foi presa pela Polícia Civil na madrugada de sexta-feira (12). Ela é apontada como líder da organização criminosa que atraía vítimas por meio de plataformas de relacionamento e as extorquia.

O marido de Camila, identificado como Washington Henrique dos Passos, de 37 anos, também foi preso. Uma terceira suspeita, Wilza de Lima Alvez, de 40 anos, também foi presa no bairro Mário Gilrizato, em Colatina.

Durante a prisão dos suspeitos, foram encontrados diversos itens de luxo, como relógios, óculos, perfumes importados, valores em espécie e um veículo avaliado em R$ 120 mil.

Segundo informações da Polícia Civil, na tarde desta terça-feira (16), Camila e Washington passaram por audiência de custódia e por decisão da Justiça continuam presos.

Esquema atraía vítimas por sites de namoro

Segundo o delegado Erick Lopes Esteves, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Vila Valério, Camila mantinha inicialmente perfis em sites de encontros e aplicativos de garotas de programa, onde atraía as vítimas. Em seguida, iniciava as extorsões.

Ameaçando ‘acabar com a vida delas’, expor contatos para familiares e, em alguns casos, enviando vídeos de pessoas sendo executadas para intimidar.

Erick Lopes Esteves, delegado de Vila Valério

Em um dos casos, o delegado apurou que Camila teria gravado uma relação sexual com a vítima e usou o vídeo para chantageá-la.

A investigação começou quando um empresário procurou a delegacia e contou ter perdido R$ 32 mil no golpe. Depois, foram identificadas vítimas em ao menos 10 municípios do Espírito Santo.

Pelo valor, comecei a investigar com calma. Comecei a procurar outros registros parecidos e, em uma pesquisa rápida, encontrei em torno de 15 a 20 outras vítimas.

Erick Lopes Esteves, delegado de Vila Valério

As vítimas que procuraram a polícia têm o mesmo perfil: homens casados e, principalmente, empresários de Colatina e região.

Camila Francis quando foi presa há 7 anos (esq.) e atualmente (dir.). Foto: Reprodução/TV Vitória e Redes Sociais

Grupo também roubava dados pessoais para fazer empréstimos

O delegado identificou que por trás do esquema de Camila havia outras pessoas na base, que também eram vítimas. A suspeita se utilizava de documentos pessoais de pessoas próximas e de confiança, os quais ela conseguia ter acesso entrando na casa delas.

Ela usava os documentos para criar contas em bancos e pedir empréstimos. Até o nome da sogra de Camila, mãe de Washington, foi utilizado para receber valores.

A mãe do Washington procurou a delegacia para falar que o filho estava sujando o nome dela. Quando chegamos na casa da Camila, tinha cartão de crédito em nome da mãe dele.

Erick Lopes Esteves, delegado de Vila Valério

Terceira suspeita de envolvimento foi presa

De acordo com a polícia, Wilza de Lima Alvez, apontada como amiga de Camila, emprestava os dados e a conta bancária para os repasses financeiros. Em troca, a mulher recebia um pagamento mensal.

Wilza de Lima Alvez. Foto: Reprodução/TV Vitória

Wilza foi presa na sexta (12). Pela conta dela passaram ao menos R$ 80 mil. A renda é incompatível com o perfil financeiro dela, que, inclusive, é assistida por um programa de assistência social do governo federal.

Os três presos durante a operação vão responder por extorsão e outros crimes identificados no decorrer da investigação, que pode ter novos desdobramentos nas próximas semanas.

Para a Polícia Civil, não há a menor dúvida da culpa da Camila com relação aos fatos.

Erick Lopes Esteves, delegado de Vila Valério

O que diz a defesa dos envolvidos?

Por meio de nota, encaminhada ao Folha Vitória, a defesa de Camila e Washington, realizada pelo advogado Anderson Aldori, informou que está em contato com o delegado responsável pelo caso envolvendo a cliente.

Nossa prioridade imediata é garantir o acompanhamento legal do interrogatório e ter acesso integral aos documentos do inquérito policial. Só a partir dessa análise minuciosa poderemos entender de fato a natureza e o escopo exato das acusações formuladas pela investigação.

Anderson Aldori, advogado

*Com informações da TV Vitória/Record

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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