A Polícia Civil concluiu as investigações do homicídio de Luan Fernandes Manoel, de 22 anos, morto a tiros em Rio Marinho, em Vila Velha. As investigações apontaram que o crime, registrado em 10 de janeiro, foi motivado por desavenças entre facções rivais. O curioso na história é que um celular que caiu e um ataque de cachorro foram fundamentais para a polícia desvendar toda a trama.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que o crime foi cometido por Charles Alves de Azevedo, de 25 anos, conhecido como “Charlinho”, que está foragido, e Igor de Barros dos Santos, de 28, o “Borracha”, preso em outubro.
Segundo informações repassadas em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (22), uma câmera de segurança flagrou o crime. Nas imagens, é possível perceber que um veículo com um dos suspeitos persegue a vítima.
Em determinado momento, o suspeito desce do veículo e surpreende Luan, que ainda se preparava para subir na moto. O criminoso também dá coronhadas na vítima para arrancar o capacete e confirmar a execução.
Vítima encontrou assassino em barbearia
As investigações apontaram que a vítima havia ido em uma barbearia onde encontrou com Borracha, o antigo padrasto com quem a mãe possui um filho.
Enquanto Luan estava na barbearia, Borracha saiu e informou aos comparsas a localização da vítima. Pouco depois, eles chegaram ao local em um veículo prata, prontos para executar o crime.
Durante a fuga, um cachorro avançou contra o atirador, que deixou cair um carregador de pistola calibre 9 mm e o celular, com fotos pessoais de Charlinho. Esses objetos foram decisivos para identificar o autor dos disparos.
Quem executa é o Charles, na hora que ele sai, um cachorro avança nele. Ele deixa cair um carregador de pistola carregado com as munições e o celular dele, que tem a foto dele.”
Cleudes Junior, delegado adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha
Crime foi motivado por disputas de facções rivais
Apesar do vínculo familiar, a investigação apontou o homicídio de Luan Fernandes foi motivado por disputas entre facções rivais de tráfico de drogas, após um possível roubo de uma arma de fogo de traficantes de Santa Rita, o qual Charles fazia parte.
“Dentro de Jardim Marilândia existe um racha e a última informação que tivemos da real motivação foi que o Luan havia tomado uma arma de fogo de um segurança da boca de fumo, lá em Jardim Marilândia”, disse o delegado.
A arma pertenceria a traficantes do bairro de Santa Rita, local onde seria o reduto de Charlinho. Com isso, estavam tentando fazer com que devolvesse essa arma de fogo, a qual não era realizada a devolução.
“Ele teria pegado essa arma de fogo, não quis devolver e essa arma pertencia a traficantes de Santa Rita, no qual o Charlinho faz parte, faz parte lá de um tráfico de Santa Rita. O Luan era do Primeiro Comando de Vitória e o Charlinho, do Terceiro Comando Puro (TCP)”, disse Cleudes Junior.
Cerco Inteligente ajudou a rastrear carro usado no crime
Segundo a Polícia Civil, o Cerco Inteligente do governo do Estado também ajudou a rastrear o carro usado no crime. O veículo foi localizado meses depois pela Guarda Municipal de Vila Velha.
O automóvel, clonado e adulterado, estava com dois ocupantes, presos por receptação e porte ilegal de arma de fogo, mas não foram ligados diretamente ao crime.
Ainda conforme o delegado, Luan tinha várias passagens pela polícia, principalmente por tráfico de drogas e porte ilegal de armas, e já havia sofrido uma tentativa de homicídio em abril de 2024.
Os dois suspeitos, que têm várias passagens por tráfico de drogas, associação ao tráfico e porte ilegal de arma de fogo, foram denunciados e agora são réus na ação penal.
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/ Record