Polícia

Cinco motoristas de aplicativo são assaltados por semana na Grande Vitória

Vítimas relatam a angústia que já viveram ao serem atacadas e o medo de sair de casa para trabalhar

Cinco motoristas de aplicativo são assaltados por semana na Grande Vitória Cinco motoristas de aplicativo são assaltados por semana na Grande Vitória Cinco motoristas de aplicativo são assaltados por semana na Grande Vitória Cinco motoristas de aplicativo são assaltados por semana na Grande Vitória
Foto: Reprodução

Trabalhar como motorista de aplicativo é uma das opções de muitas pessoas de ter um salário ou aumentar a renda familiar. Porém, o número de casos de profissionais assaltados e agredidos enquanto atuam nessa função é preocupante. Cinco casos contra a categoria é registrado semanalmente na Grande Vitória, o que aumenta a angústia e o medo de quem atua no mercado. Os dados são do sindicato da categoria. 

Um motorista, que já foi vítima de criminosos e prefere não se identificar, conta que já passou por isso três vezes. A última foi na semana passada, quando ele reagiu e acabou esfaqueado. 

Ele tem 66 anos e foi assaltado no bairro Vale Encantado, em Vila Velha, durante uma corrida. No caminho, desconfiou devido às perguntas que os suspeitos faziam. Perguntaram, por exemplo, se o carro estava com o tanque de combustível na reserva.

“A primeira vez que fui assaltado estava no bairro São Cristóvão, em Vitória. O segundo caso aconteceu próximo à Carapina, na Serra, e o último em Vale Encantado, Vila Velha. Eu ‘meti’ a mão na buzina e tentei arrancar com o carro. Achei que eles estavam me dando socos nas costas. Quando saí, vi que estava todo ensanguentado”, contou a vítima.  

A vítima ferida foi socorrida por comerciantes da região. Os suspeitos não foram localizados, mas deixaram um celular e um cordão no carro. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. 

Apesar da situação, o idoso não desistiu da profissão e, poucos dias depois do caso, voltou a trabalhar. E conta que não teve medo de morrer. “Gosto de dirigir e desse contato com os passageiros”, completou ele.  

Perigo constante

O caso envolvendo esse motorista de aplicativo não é o único. Há dois anos, Julio de Souza trabalha nesse sistema, passa o dia inteiro na rua e já enfrentou situações difíceis. “Eram 4h40 quando peguei uma passageira. Chegando perto de Nova Almeida, na Serra, ela alterou o destino. Surgiram três rapazes quando eu estacionei. Como meu carro sempre está travado, não pensei duas vezes e arranquei”, contou.  

Eliezer Barbosa, motorista há um ano, também relata receio. Mesmo sem ter sido assaltado, ele tem medo e fica atento. “No meio de uma corrida, percebi que algo estava estranho. Quando parei em um posto de gasolina, eles invadiram o local. Eu arranquei e fui embora”.

Porém, outros motoristas não conseguiram escapar da violência. Como Cássio Caliman, de 64 anos, que foi esfaqueado e morto enquanto trabalhava na Barra do Jucu, em Vila Velha. O automóvel foi levado pelos assaltantes e encontrado algum tempo depois pela Força Nacional, em Cariacica. 

Quem trabalha na área afirma que não tem segurança. “Saímos de casa sem a certeza se vamos voltar”, falou o motorista Hyago Gomes.  

Com informações de Douglas Camargo, da TV Vitória/ RecordTV