Polícia

Colombiano preso por agiotagem em Guarapari lidera gangue violenta, diz polícia

Além das cobranças ilegais, o suspeito utilizava violência durante o encontro com as vítimas e também fazia ameaças

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Foto: Reprodução / TV Vitória

Um colombiano identificado como German Cortez, de 35 anos, foi preso pela Polícia Civil de Guarapari por agiotagem. A polícia informou que ele também é líder de uma gangue de agiotas colombianos.

Foi por meio do cartão de visitas prometendo dinheiro rápido e fácil e exclusivamente para comerciantes, que a dona de uma loja de roupas em Guarapari decidiu contratar os serviços mais de uma vez.

“Peguei R$ 400. Fiquei umas duas ou três vezes pegando esse mesmo valor. Pagava todo o dia direitinho. Depois eu peguei R$ 500 umas cinco vezes, mas paguei tudo graças a Deus”.

A vítima resolveu pegar mais dinheiro. Desta vez, para pagar uma amiga. 

“Essa amiga ficou na minha loja e eu viajei por motivo de óbito. Quando voltei ela disse que eu não precisava pagar, mas se eu quisesse dar R$ 1 mil ela aceitaria porque disse que queria comprar um guarda roupa e um sofá. Eu liguei para o agiota e disse que queria R$ 1 mil no dia seguinte. Ele veio no mesmo dia e me deu o dinheiro”.

A comerciante garantiu que pagou todo o valor do empréstimo realizado, mas com a chegada da pandemia, a situação apertou novamente e ela não tinha mais dinheiro para pagar as diárias.

Nesse momento ela conheceu pessoalmente o colombiano German Cortez.

“Ele começou com agressão verbal e eu disse para ele me respeitar. Ele me chamava de vagabunda e me xingava de vários nomes”.

Depois disso, o homem voltou a cobrá-la. Como ela não tinha o dinheiro, o suspeito começou a pegar produtos da loja como segurança.

“Eu disse que ele não poderia fazer aquilo porque era roubo. Eu disse que não estava roubando dele e que estava pagando do jeito que eu poderia pagar na época. Na hora que ele pegou meu produto eu fui para cima dele gritando e chamando ele de ladrão”.

Outras vítimas

O delegado Guilherme Eugênio acompanhou o caso em Guarapari. Ele contou que nos depoimentos das vítimas todas relataram momentos de violência e ameaças por parte de German.

“O autor do fato não emitia recibos relacionados às parcelas que ele recebia. Então, as vítimas tinham muita dificuldade para comprovar o pagamento daquilo que havia sido compactuado e a partir deste momento aquilo se tornava violento. De acordo com as vítimas, ele empregava arma de fogo durante esses recebimentos e além disso ele chegava até mesmo a tomar os bens das vítimas”.

A vítima em questão se revoltou contra o colombiano. Ela disse que o homem apareceu mais uma vez e pegou um produto caro do estabelecimento. A partir daí, começou a confusão.

“No dia eu me senti na razão, peguei um pau e bati nele. Ele foi embora e disse que ia voltar com os outros e me matar”.

A polícia contou que em Guarapari foram poucos registros de vítimas, mas eles acreditam que mais pessoas sofreram e sofrem nas mãos dos criminosos.

“Nós acreditamos que haja várias outras pessoas que, por medo, não quiseram procurar a polícia. Sabemos que há um grupo grande integrado pelo German e que frequentemente oferece empréstimos a comerciantes pequenos que não teriam condições de contratar créditos com instituições oficiais”, afirmou o delegado.

Grupo criminoso

No ano passado, a polícia prendeu parte de uma quadrilha formada por colombianos e equatorianos na Grande Vitória. A operação foi batizada de Cartagena e procurava uma máfia colombiana que atua no Estado emprestando dinheiro a juros diários para pessoas físicas e pequenos comerciantes.

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Além das cobranças, o grupo ameaçava as vítimas e fazia uso de violência para receber o valor. Uma mulher chegou a pegar dinheiro com os homens. Ela contou que para pegar valores maiores, tinha que dar pertences como garantia.

“Eles foram lá fazer tipo uma entrevista e queriam saber quanto eu ganhava por mês. Eu falei com uma mulher pelo WhatsApp quando eles foram lá. Dois caras apareceram para olharem meu salão. Fiquei com medo”.

A comerciante, dona de uma loja de roupas em Guarapari, relatou que tinha receio do colombiano e do que ele poderia fazer com ela.

“Eu fiquei receosa e com medo dele voltar e me pegar distraída. Às vezes eu estou de costas e ele pode chegar e me bater na cabeça, me dar um tiro pelas costas, até porque eles andavam armados”.

Tempos depois a polícia entrou no caso e passou a investigar o suspeito. German acabou preso pela Polícia Civil de Guarapari.

“Ele foi preso preventivamente. Já está nessa condição há algumas semanas e está respondendo criminalmente por roubo e extorsão. Ele foi denunciado pelo Ministério Público e se for condenado, será submetido à uma pena bastante expressiva uma vez que as condutas dele implicam na prática de dois crimes”.

* Com informações do repórter Douglas Camargo, da TV Vitória/RecordTV