Polícia

Comandante de militares que atiraram em família diz que catador disparou antes

Declaração do tenente, contudo, diverge do trabalho dos peritos encarregados do caso, que não encontraram nenhuma arma no local do crime

Foto: Reprodução/Facebook

O tenente do Exército, Ítalo Nunes, que comandava os militares que atiraram 257 vezes em direção ao carro onde estava o músico Evaldo Rosa dos Santos, em abril, acusou o catador Luciano Macedo, também morto na ação, de estar armado e praticando assaltos naquele dia. Ainda segundo Nunes, o catador teria atirado contra os soldados de sua tropa, que já estava “assustada” devido à ação de traficantes horas antes.

O militar fez a acusação em depoimento à Justiça Militar nesta segunda-feira, 16. A declaração do tenente, contudo, diverge do trabalho dos peritos encarregados do caso. Eles não encontraram nenhuma arma no local do crime. Confrontado com esses elementos, Nunes disse que a arma teria sido recolhida por outra pessoa e levada para a favela do Muquiço.

A família de Evaldo Rosa sempre declarou que o catador Luciano Macedo tentou ajudar o músico. Ele teria sido atingido ao tentar ajudar os ocupantes do veículo.

A ação que terminou com dois mortos aconteceu em sete de abril, quando Evaldo dirigia um veículo Siena em Guadalupe, na zona norte do Rio. Ele estava com familiares e voltava de um chá de bebê quando o carro foi atingido por 77 disparos de fuzil – a perícia apontou que 257 tiros foram efetuados. Ao todo, 12 militares que atuaram na ação respondem pela ação.