Polícia

Caso Wallace: defesa nega crime e pede liberdade de mandante

Advogado de Bruno Valadares, apontado como mandante da morte de Wallace Lovato, pede liberdade e reabertura das investigações

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Jonatas Pinho, advogado de Bruno Valadares de Almeida, apontado como mandante da morte de Wallace Lovato. Foto: Reprodução TV Vitória
Jonatas Pinho, advogado de Bruno Valadares de Almeida, apontado como mandante da morte de Wallace Lovato. Foto: Reprodução TV Vitória

O advogado de Bruno Valadares de Almeida, ex-diretor financeiro da Globalsys e apontado pela Polícia Civil como mandante do assassinato do empresário Wallace Borges Lovato, afirmou nesta quarta-feira (13) que vai entrar com pedido de liberdade para o cliente. A defesa nega que Bruno tenha ordenado o crime e afirma que o caso apresenta “pontas soltas” que precisam ser investigadas.

Wallace Lovato, de 42 anos, foi morto no dia 9 de junho deste ano com um tiro na cabeça, na Avenida Champagnat, na Praia da Costa, em Vila Velha, em frente à empresa da qual era fundador.

A Polícia Civil concluiu as investigações e apontou que o crime teria sido motivado por supostos desvios milionários cometidos por Valadares, descobertos por Lovato.

A denúncia do Ministério Público do Espírito Santo foi aceita pela Justiça e Bruno, assim como os outros quatro envolvidos, se tornaram réus. Na decisão proferida na última quinta-feira (7), a juíza Ana Amélia Bezerra Rêgo, da 4ª Vara Criminal de Vila Velha, também converteu as prisões temporárias em preventivas e derrubou o sigilo do caso.

Veja o que alega a defesa de Bruno Valadares de Almeida:

Segundo o delegado Daniel Fortes, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, a execução foi intermediada por Bruno Nunes da Silva, que teria recebido transferências bancárias de Valadares antes do assassinato. Ele está foragido.

Em entrevista concedida nesta quarta-feira (13) para a TV Vitória, o advogado Jonatas Pinho admitiu a existência das transferências. Ele argumenta que os valores se referem a ordens internas da empresa e não têm relação com a morte de Wallace.

Quando a gente fala de desvio, eu quero que fique bem caracterizado: é um sistema de não comunicação financeira. Trazendo numa questão humana, o dinheiro faz mal, ele se deixou quedar por isso. Ele era um escravo do trabalho.”

Jonatas Pinho, advogado de defesa de Bruno Valadares de Almeida

A defesa também rebateu outras suspeitas levantadas pela polícia, como uma viagem de Bruno aos Estados Unidos dias antes do crime e a apreensão de joias em sua residência.

Pinho afirma que a viagem já estava programada, que o cliente possuía um salário alto, compatível com o patrimônio e que vai apresentar documentos para comprovar a origem dos bens.

O advogado sustenta que Bruno é réu primário, possui residência fixa e um filho autista, e precisa responder ao processo em liberdade. Caso o pedido seja negado, a defesa pretende entrar com habeas corpus.

Pinho também declarou que vai solicitar a reabertura das investigações para incluir outros nomes citados no processo e pretende pedir que o caso volte a tramitar em segredo de justiça. “Tem que ter uma continuação investigativa. Existem pontos que não foram apurados”, disse.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.