desembargador Macário Judice Neto
Desembargador Macário Judice Neto foi preso pela Polícia Federal (Foto: Divulgação / Ufes)

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira, 16, o desembargador capixaba Macário Judice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange o Rio de Janeiro, por suspeitas de irregularidades envolvendo a condução do processo do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias.

Em nota, a defesa do desembargador afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável por decretar a prisão, foi “induzido a erro” na tomada da decisão.

“A defesa do desembargador Macário Judice registra, desde logo, que Sua Excelência, o ministro Alexandre de Moraes, foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”, afirmou o advogado Fernando Augusto Fernandes.

A operação Unha e Carne 2 foi deflagrada por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e é um desdobramento da ação que havia prendido o presidente de Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, por suspeitas de vazamento do caso. Ele é alvo de busca e apreensão.

O desembargador Macário atuou na Operação Zargun, deflagrada em setembro para investigar uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas e armas e que resultou na prisão do então deputado TH Joias por vínculos com a organização criminosa.

Operação apura novas suspeitas de vazamento

A operação da PF desta terça-feira (16) também apura novas suspeitas de vazamento nessa investigação, dessa vez envolvendo o próprio desembargador.

De acordo com comunicado da PF, essa nova fase foi deflagrada “para investigar a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas que culminou com a obstrução da investigação realizada no âmbito da Operação Zargun”.

Além da prisão do desembargador, também estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.