
O detento Paulo César dos Santos foi assassinado dentro da cela onde cumpria pena, em um crime descrito pelos policiais penais como “extremamente cruel” na madrugada desta sexta-feira (21), na Unidade de Segurança Máxima I do Complexo Prisional de Viana.
Segundo relatos de agentes, por volta de 1h, presos chamaram a equipe afirmando que um interno estaria passando mal. Ao se aproximar da cela indicada, um policial penal ouviu um dos detentos dizer: “Virei ele, ele está morto.”
Dentro da cela, Paulo César foi encontrado já sem vida. A perícia apontou que ele teria sido agredido e morto com um cano de chuveiro, arrancado da estrutura interna do espaço onde ficam instalados o banheiro e o ponto de banho dos detentos. O objeto foi utilizado como arma improvisada.
A vítima teve os dois olhos arrancados e colocados dentro de uma marmita. Equipes da Polícia Civil, da Polícia Científica e da Perícia permaneceram no local por quase duas horas para realizar os levantamentos iniciais.
Principal suspeito apresentava falas desconexas
O detento que dividia a cela com a vítima, identificado como Jonatas Aquiles Gonçalves de Souza, de 26 anos, é apontado como o principal suspeito. Ele teria sido o preso que chamou os agentes e fez a declaração ouvida pelo policial penal.
Ao ser questionado no local sobre o que havia acontecido, Jonatas apresentou falas desconexas, segundo os agentes. Ele foi retirado da unidade e levado para outra prisão, onde será interrogado pela Polícia Civil.
Vítima respondia por tráfico e furtos
De acordo com fontes do sistema prisional, Paulo César dos Santos respondia por tráfico de drogas, furtos e ameaça. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Vitória.
A motivação do crime ainda é investigada pela Polícia Civil, que deve ouvir agentes, internos e buscar possíveis registros internos da unidade para esclarecer o que ocorreu dentro da cela da Segurança Máxima I.
Em nota, a Polícia Civil informou que o suspeito foi conduzido pela Sejus/Polícia Penal à 4ª Delegacia Regional de Cariacica, autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. Ele foi encaminhado novamente ao sistema prisional.
*Com informações da repórter Nathália Munhão, da TV Vitória/Record