Polícia

Discussão em bar e desavença por pescaria motivaram homicídio na Serra

Biguá foi morto em 19 de maio deste ano e o corpo encontrado dois dias depois, em uma plantação de eucalipto, em Nova Almeida

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Charme Santos de Souza e Dário Alves de Oliveira são investigados pelo crime. Foto: Reprodução/PCES
Charme Santos de Souza e Dário Alves de Oliveira são investigados pelo crime. Foto: Reprodução/PCES

Claudiomar Costa Souza, de 39 anos, conhecido como Biguá, foi assassinado por causa de uma discussão em um bar e também por uma desavença por pescaria. É o que aponta a investigação da Polícia Civil.

A vítima foi assassinada em 19 de maio deste ano e o corpo foi encontrado dois dias depois, em uma plantação de eucalipto em Nova Almeida.

Segundo a investigação, Biguá tinha histórico de doença psiquiátrica, além de problemas com álcool.

Ele se encontrou com os dois suspeitos, Charme Santos de Souza, de 40 anos, e Dário Alves de Oliveira, de 51 anos, ao se dirigir a um bar na região de Lagoa de Jacaraípe.

Biguá tinha 39 anos. Foto: Reprodução/PCES

Os três bebiam juntos quando houve uma discussão. Biguá teria ameaçado matar Charme, o que motivou o crime, como explica o delegado Paulo Ricardo Gomes.

“Foi uma futilidade, uma discussão simples e que foi suficiente para o Charme planejar a execução do Biguá junto com o Dário. Isso porque o Dário tinha uma desavença com o Biguá motivada por desacordo relacionada à partilha de lucro da pesca. O Dário tinha um barco, que arrendou para o Biguá. E o resultado da pesca deveria ser dividida entre eles, mas o Biguá passou a não dividir os lucros”, relatou.

Vítima assassinada dentro de carro

Para cometer o crime, os dois decidiram convencer Biguá a sair do bar onde estavam para ir a outro local.

A vítima teria aceitado. Segundo Dário, ele teria saído para dar uma volta quando se encontrou com Charme e Biguá, que pediam carona.

Foto: Reprodução/PCES

Os dois entraram no banco de trás do carro e seguiram pela estrada. Em determinado momento, Charme teria pedido a Dário que mudasse o trajeto. Com a mudança da rota, o suspeito atingiu a vítima com uma única facada na clavícula.

“O Charme entra no banco de trás, atrás do banco do passageiro, e o Biguá entra também no banco de trás, atrás do motorista. O Dário conduz o Fiat Siena. Eles andam pela estrada de Cariacica até que, em determinado momento, o Charme pede para o Dário mudar a rota e assim que ocorre o desvio, o Dário percebe que o Charme esfaqueou o Biguá na região da clavícula”, disse o delegado.

Após o crime, os dois levaram o corpo da vítima para a plantação de eucalipto. Eles limparam o carro utilizado na ação, trocaram de roupa e voltaram para o bar onde estavam.

Embriagados, os dois comentaram com frequentadores do bar que haviam acabado de matar a vítima, inclusive, por mensagens de Whatsapp com outras pessoas.

Prisão dos suspeitos

Após o crime, Dário fugiu da Serra. Ele foi para Águia Branca, também no Espírito Santo, e de lá, fugiu para Rondônia.

Os policiais sabiam que o suspeito receberia uma quantia em dinheiro por um trabalho que havia realizado e este valor tinha data para ser entregue: 25 de junho.

Dário voltou para a Serra para receber o dinheiro e foi preso. Foi ele quem deu aos policiais a dinâmica do crime, além da identificação do comparsa.

O carro em que Biguá foi assassinado passou por perícia, que mostrou vestígios de sangue no banco traseiro. O material genético foi enviado a um laboratório, que confirmou que o DNA era da vítima.

Segundo a investigação, Dário não tinha passagem pela polícia, mas Charme já havia cometido outros crimes na Bahia. Um deles seria, inclusive, semelhante ao homicídio de Biguá. Os dois foram indiciados por homicídio qualificado e já estão presos.

*Com informações da repórter Ana Carolini Motta, da TV Vitória/Record

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.