
“Ele era psicopata.” A frase é de Khauny Rios, filha da administradora Rayana Bittencourt de Oliveira Rios da Silva, de 36 anos, assassinada a facadas dentro de casa, na frente dos filhos, na madrugada deste domingo (9), no Residencial Jacaraípe, na Serra.
A jovem de 19 anos presenciou o crime e contou que tentou salvar a mãe das agressões do namorado dela, Luan dos Santos Braz, de 29 anos, que fugiu do local logo após o assassinato.
“Às 2h40, minha mãe me ligou e desligou. Eu mandei várias mensagens e ela respondeu dizendo que o Luan estava matando ela, o namorado. Nisso, já comecei a chamar um Uber. Quando cheguei, vi a faca entrando nela. Ele ainda veio para cima dela querendo dar mais facadas. Eu fui para cima dele, tirei a faca da mão dele. Quando ele viu que eu estava com a faca, saiu correndo, entrou no carro e fugiu.”
— Khauny Rios, filha da vítima
CIÚMES E CONTROLE

De acordo com Khauny, o homem era extremamente ciumento e controlava todos os passos da mãe, que já havia sido vítima de outras agressões.
A jovem contou que a mãe vivia sob vigilância e chegou a gravar vídeos que registravam momentos de violência.
“Ele era psicopata. Minha mãe não podia ter celular, só mexer no dele. Ele não deixava ter foto do meu pai em casa. Meu pai faleceu, e ele tinha ciúmes até das fotos. Foi tirando tudo, as fotos sumiram.”
— Khauny Rios, filha da vítima
“No vídeo que ela me mandou das agressões, ele perguntava por que ela tinha foto do ex-marido. A briga dessa vez começou porque ele disse que todos os homens do bairro estavam dando em cima dela. Quando estava sóbrio, já era muito ciumento. Quando bebia, partia para a agressão.”
— Khauny Rios, filha da vítima
O CRIME
A Polícia Militar foi acionada por volta das 5h30, mas, ao chegar ao endereço, não encontrou ninguém no local. Pouco depois, os policiais foram informados de que duas pessoas haviam sido esfaqueadas e estavam na UPA de Castelândia.
Rayana não resistiu aos ferimentos. A segunda vítima, um motociclista de aplicativo que tentou intervir na briga, foi atingido no abdômen e procurou atendimento médico.
Rayana deixa quatro filhos: Khauny, de 19 anos, duas meninas de 14 e 12 anos, e um menino de cinco anos, este último também presenciou o crime.
INVESTIGAÇÃO
O corpo de Rayana foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Científica.
A Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) conduz as investigações.
Até o momento, Luan dos Santos Braz não foi localizado.
A Polícia Civil reforçou que informações sobre o paradeiro do suspeito podem ser repassadas anonimamente por meio do Disque-Denúncia 181.
*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record.