Fabian Alves Martins e sua mãe, Fabiana Martins. Foto: Reprodução/Rede social
Fabian Alves Martins e sua mãe, Fabiana Martins. Foto: Reprodução/Rede social

“Não somos ricos, mas também não precisávamos de nada”. O desabafo é da mãe de Fabian Alves Martins, de 22 anos, suspeito de tráfico capixaba morto na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha no Rio de Janeiro.

Em entrevista ao jornal O Globo, Fabiana Martins se emocionou em frente ao Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio. Ela aguardava dois dias pela liberação do corpo do filho e segurava uma camisa preta, que levou do Espírito Santo para cobrir o jovem após a liberação.

Segundo a família, Fabian morava com os pais em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, e trabalhava com forro de PVC na empresa Divilar Decorações. Ele viajou ao Rio para visitar amigos e a namorada, que mora na Penha.

O mal dele era ser muito fiel aos amigos. Eu não conheço esses amigos dele. Mas o Fabian era bobo, trabalhava, e a nossa família não precisa de dinheiro. Não somos ricos, mas também não precisávamos de nada.”

Fabiana Martins, mãe de Fabian

Os pais revelam que não conheciam os amigos que Fabian foi visitar no Rio de Janeiro. Eles descobriram sobre a morte do filho após receberem fotos e vídeos do corpo do jovem.

A mãe ainda afirma ter recebido fotos e vídeos que mostram o corpo de Fabian entre os mortos levados para a Praça da Penha, na quarta-feira (29). Ela relata que o filho apresentava perfurações nas mãos e um tiro na nuca.

“Isso não é coisa de policial. Policial dá tiro na perna, não faz isso. Ele foi esfaqueado, deve ter sido pelos criminosos que estavam lá”, disse Fabiana.

Segundo informações da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), Fabian estava foragido de Cachoeiro de Itapemirim e tinha três mandados de prisão em aberto, dois por homicídios e por tráfico e associação ao tráfico de drogas.

Ele era ligado ao grupo criminoso que atua no tráfico de drogas no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Cachoeiro. O suspeito tinha sido alvo de uma operação da Polícia Civil capixaba em abril deste ano, que resultou na prisão de comparsas. Ele fugiu para o Rio de Janeiro, onde estava desde então.

Foto: Reprodução/Rede social

Liberação do corpo

Ainda em entrevista ao O Globo, o marido de Fabiana, Marcelo Martins, pedia que o jovem fosse liberado mais rápido.

“Meu filho está aqui já tem dois dias e ninguém nem deixa a gente reconhecer. Queremos levar ele pra casa”.

Um representante do IML informou aos familiares que o procedimento de reconhecimento poderia levar até sete dias, devido ao estado dos corpos e a complexidade da operação.

Suspeitos capixabas

Além de Fabian, outros dois suspeitos capixabas foram mortos na megaoperação realizada na terça-feira (28).

Jeanderson Bismarque Soares de Almeida também é de Cachoeiro de Itapemirim e tinha envolvimento com tráfico de drogas e era investigado por envolvimento em um homicídio ocorrido em fevereiro de 2024.

Jeanderson era monitorado pela Polícia Civil do Espírito Santo e havia fugido para o Rio de Janeiro há alguns meses.

Alisson Lemos Rocha, conhecido como Russo ou Gordinho do Valão, foi outro capixaba que morreu na operação, ele era morador de Nova Carapina, na Serra. Alisson estava envolvido com um homicídio cometido em abril deste ano e com o tráfico de drogas.

A Sesp confirmou que três suspeitos de envolvimento com o tráfico do Espírito Santo foram presos na operação.

Entre eles: Rauflan Santos Costa, apontado como operador financeiro de uma facção ligada ao Comando Vermelho em Rio Bananal, no Norte do Espírito Santo. Ele tinha mandado de prisão em aberto pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma.

Também foram confirmadas as prisões de Cleyton Silvestre Pereira e Cleison Souza Jesus, ambos de Linhares e fugitivos da prisão.

Megaoperação no Rio

A Operação Contenção que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, foi planejada durante dois meses. A megaoperação, considerada a mais letal da história do Estado, foi defendida como um sucesso pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL).

A ofensiva envolveu 2,5 mil policiais, blindados e helicópteros com o objetivo de prender integrantes do Comando Vermelho.

Foram apreendidas 118 armas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver; e 14 artefatos. Além disso, 113 pessoas foram presas, enquanto 10 adolescentes foram apreendidos. 13 policiais ficaram feridos.

*Com informações do jornal O Globo.

Redação Folha Vitória

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Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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