
Oito novas unidades das Salas Marias serão entregues em oito delegacias da Polícia Civil, espalhadas pelo interior do Espírito Santo, para o atendimento humanizado de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, além do atendimento dos filhos dessas vítimas.
Um Acordo de Cooperação Técnica entre a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), a Organização Não Governamental (ONG) ES em Ação e a Vale foi assinado para os recursos serem disponibilizados para a reforma dos espaços e a aquisição de maquinários e mobiliário.
Para a aquisição das oito novas Salas Marias, o investimento previsto é de R$ 280 mil. Elas são implantadas em Alegre, Itapemirim e Anchieta, no Sul; Barra de São Francisco, Nova Venécia e Colatina, no Noroeste; e Linhares e Aracruz, no Norte do Espírito Santo.
Com a chegada dessas novas salas, que estão previstas para serem entregues em dezembro deste ano, serão ao todo 13 salas no Estado. O projeto já conta com espaços nas Delegacias Regionais de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Guarapari, inauguradas em março de 2024.
A implantação das Salas Marias é de iniciativa da Gerência de Proteção à Mulher (GPM) da Sesp. Esses espaços têm objetivo de garantir acolhimento e proteção 24 horas por dia às mulheres nos atendimentos emergenciais de ocorrências relacionadas de violência doméstica e familiar.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno, o projeto tem dado certo no Espírito Santo.
A expansão demonstra que as Salas Marias funcionam como equipamento de acolhimento e proteção às vítimas da violência doméstica. Com mais espaços dedicados ao atendimento humanizado, buscamos minimizar o sofrimento de mulheres, crianças e adolescentes, que chegam fragilizados à unidade policial e precisam não só de solução para seu problema, mas de pessoas preparadas e um ambiente adequados para recebê-los.
Salas Marias na prática
Os espaços ficam instalados nas delegacias de Polícia Civil. As vítimas recebem atendimento humanizado e policial, realizado por meio da Central de Teleflagrante, que atende as ocorrências de todas as Delegacias Regionais.
A equipe é composta por três assistentes sociais, que dão suporte às vítimas, além de terem articulação direta com a rede de assistência de todo o Estado. Os atendimentos são padronizados nas Salas Marias.
O acompanhamento pode continuar sendo oferecido pelo Estado por meio do trabalho das assistências sociais do município ou pelos Núcleos Margaridas, da Secretaria Estadual das Mulheres.
Segundo a gerente de Proteção à Mulher da Sesp, delegada Michele Meira, diversos outros serviços de assistência são informados e ajudam no trabalho com as vítimas.
Os serviços municipais de assistência, como o CRAS e o CREAS, são informados do caso e podem realizar a busca ativa a essas vítimas, oferecendo os serviços disponíveis no município. O mesmo ocorre nas cidades onde existem os Núcleos Margaridas. Além disso, esse contato nos permite contribuir com informações que possam auxiliar os municípios na elaboração de estratégias de prevenção e enfrentamento às violências.
Ao todo, foram 14.540 procedimentos recebidos e verificados pelo Setor de Serviço Social da Central de Teleflagrante. Deste total, 4.245 ofícios foram enviados para a rede de atendimento psicossocial dos municípios, para darem continuidade ao atendimento às vítimas.