“O Espírito Santo vem se tornando um dos centros de evasão de dinheiro no país”, declarou o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Júlio de Castilhos, que nesta sexta (01) assumiu comando do Ministério Público Eleitoral no Estado.
A constatação foi dada durante coletiva de imprensa da Polícia Federal que, na manhã desta sexta-feira (01) detalhou esquema onde empresas de exportação são investigadas por movimentar de maneira ilegal mais de R$ 1,2 bilhão entre 2015 e 2018.
A PF aponta que grupos empresariais lavaram dinheiro de origem criminosa por meio de movimentações de câmbio e de importações com valores subfaturados.
“O que nós temos visto desde 2009 até agora é que um grande número de empresas de fachada tem sido criado para um fim específico de crime de evasão de divisas. A atividade ilícita nem é, muitas vezes, feita aqui no Espírito Santo, mas a remessa desse produto do crime, sim. Inclusive nós temos condenações na Justiça Federal por conta desse tipo de crime”, reforçou o procurador.
Castilhos relembrou de outras cinco operações da Polícia Federal com apoio do MPF, que em 2009, 2010, 2012, 2015 e 2016, identificaram semelhanças.
Sempre é a mesma forma de agir: dinheiro, à princípio lícito, que vem para a empresa do Espírito Santo e, daqui, são celebrados contratos de câmbio para remeter esses recursos para o exterior. O MPF, inclusive, já denunciou várias outras empresas por conta disso, como a Getafe, que teve evasão de divisas identificadas no ano de 2009; Accord, em 2010; Comvest, em 2011, Prime Solutions (2012-2014); e Viver Logística, com fraudes identificadas em 2016. Isso mostra que há uma forte expertise aqui no Espírito Santo de doleiros aptos à remessa ilegal de divisas para o exterior”, destaca.
O procurador relembrou também que em 2015 o Banco Central encerrou uma distribuidora de títulos de valores imobiliários e quatro corretoras de valores. “Uma dessas corretoras, que movimentou R$ 3 milhões, tinha 99% de sua movimentação financeira com origem no Espírito Santo”, apontou.
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