O estudante de Direito Matheus Stein Pinheiro vai sentar no banco dos réus pelo assassinato da namorada Ana Carolina Kurth, de 24 anos, no Centro de Vitória. Ele será julgado por feminicídio com as qualificadoras de ter agido por meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima.
A decisão foi tomada nesta quinta-feira (26) pela juíza Mônica da Silva Martins, da 1ª Vara Criminal de Vitória. A Justiça ainda negou o direito do réu de recorrer em liberdade. Com isso, Matheus permanecerá no Centro de Detenção de Viana II.
Durante a pronúncia, a juíza descreveu que “não há possibilidade de considerar que o acusado era na época dos fatos era inimputável”. A defesa tentou alegar que ele tinha problemas psiquiátricos. A magistrada explica:
Em razão das atitudes racionais descritas naquela ocasião, como o ato de se banhar após o crime, e comprar uma passagem para fuga com destino à Conceição da Barra após o cometimento do delito.
Além disso, a juíza também descreveu que depoimentos de testemunhas e o histórico narrado de atitudes agressivas envolvendo Matheus apontam os “indícios de autoria e materialidade atribuída ao acusado”.
Laudos foram apresentados à Justiça
Sobre o acusado, a defesa apresentou laudos à Justiça alegando que ele sofria doenças mentais. Em agosto de 2024, um novo laudo foi entregue informando que Matheus sofre de um quadro conhecido como “transtorno psicótico residual ou de instalação tardia”, causado pelo uso de múltiplas drogas e álcool, que se estendeu durante vários anos.
Mas, em outubro do ano passado, a juíza descreve que, embora dois psiquiatras que avaliaram Matheus tenham entendido que ele tenha cometido o delito em função de “delírios” que apresentava, a conclusão se revela equivocada.
O que diz a defesa de Matheus Stein?
O advogado Homero Mafra, que representa Matheus Stein, descreve que a decisão de levar o cliente a júri é um equívoco e irá recorrer quando for notificado da sentença.
A decisão é um equívoco, abandona a prova técnica que mostra que Matheus não tinha condição de entendimento à época, reconhece a inimputabilidade de Matheus e privilegia a opinião leiga. E vamos, sim, recorrer.
Relembre o caso
Ana Carolina foi morta no apartamento em que morava com o companheiro, na Rua Gama Rosa, no Centro da Capital. O crime aconteceu em maio de 2023.
De acordo com relatos de vizinhos na época do crime, o casal morava no 10º andar havia três meses. Diversos gritos foram ouvidos vindos do apartamento no dia do crime.
Após a morte da jovem, Matheus foi flagrado por câmeras de segurança comprando uma passagem na Rodoviária de Vitória. A investigação da Polícia Civil concluiu que o universitário matou Ana Carolina com mais 40 facadas, a maioria delas no rosto.