Foto: Polícia Civil/Divulgação
Foto: Polícia Civil/Divulgação

Uma mulher, de 55 anos, foi alvo da “Operação Falsária”, da Polícia Civil, que investiga fraude na inscrição de advogada, uso de documento público falso e participação em organizações como Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC).

A operação foi realizada na quinta-feira (18), com um mandado de busca e apreensão no bairro Campo Novo, em Cachoeiro de Itapemirim, na região Sul do Espírito Santo.

As ações foram realizadas por meio da Delegacia de Polícia (DP) de Marataízes, com apoio da Inteligência da Polícia Penal do Espírito Santo (PPES). Foram apreendidas duas carteiras da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), documentos da inscrição fraudulenta e bilhetes de internos do Espírito Santo.

Como as investigações foram iniciadas?

Segundo a Polícia Civil, a investigação foi iniciada em agosto quando o Ministério Público recebeu a solicitação de uma investigação para apurar a legalidade da inscrição da Ordem dos Advogados do Brasil, com a seccional da Paraíba.

Durante as investigações foi revelado que a suspeita falsificou um certificado de aprovação no Exame da OAB de 1992, sendo a data 23 anos antes da graduação em Direito, concluída no ano de 2015.

A Polícia Civil também informou que, com o certificado falso, a mulher solicitou por e-mail em outubro de 2017, a emissão da segunda via do documento. Com isso, obteve a inscrição como advogada e a carteira funcional, sem verificação e remotamente.

Investigada atuava junto a facções criminosas

O delegado Thiago Viana, da Delegacia de Marataízes, explicou que a mulher atuava com facções criminosas e realizou cerca de 218 atendimentos a internos do sistema penitenciário.

Ela atuava como intermediária de comunicações entre presos e o meio externo, além de protocolar procurações em processos judiciais. Dos cinco processos em que atuou, quatro terminaram em desistência. Entre os custodiados atendidos, figuram lideranças de facções como Comando Vermelho (CV), PCV, PCC e AFC.

Thiago Viana, delegado da Delegacia de Marataízes.

Durante depoimento, a mulher confessou os crimes e alegou ter sido obrigada, com ameaças de morte, a se casar com um dos presos e a repassar valores provenientes de programas sociais, além de atender internos.

Após ser ouvida, a mulher foi liberada e responderá pelos crimes de associação criminosa e uso de documento falso, por sete vezes, no município de Marataízes, além do crime de falsidade documental praticado no Estado da Paraíba.

Advogada suspensa por denúncias e processos éticos

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES) informou que a advogada em questão possui carteira na seccional da Paraíba. Ela está suspensa pela OAB-ES por denúncias e processos éticos no Tribunal de Ética. A seccional capixaba acompanha o caso.

A OAB da Paraíba foi procurada pela reportagem do Folha Vitória. Este texto será atualizado assim que houver retorno..

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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