A filha da Rayana Bittencourt de Oliveira Rios da Silva, que foi assassinada a facadas na Serra, lutou com o namorado da mãe para impedir que ela continuasse sendo agredida por ele. A administradora foi morta dentro de casa, na madrugada deste domingo (9), no bairro Residencial Jacaraípe. O autor do crime, identificado como Luan dos Santos Braz, de 29 anos, está foragido.
De acordo com familiares, Rayana vivia um relacionamento marcado por ciúmes e violência. Segundo Khauny Rios, filha da vítima, chegou na residência onde o casal estava após receber uma ligação da mãe.
A filha solicitou uma corrida por aplicativo até o local e lutou com o suspeito para evitar que ele continuasse esfaqueando a mãe. O motociclista também tentou intervir e acabou ferido.
Quando cheguei, vi a faca entrando nela. Ele ainda veio para cima, querendo dar mais facadas. Eu fui para cima dele, tirei a faca da mão dele. Quando ele viu que eu estava com a faca, saiu correndo, entrou no carro e fugiu.
Khauny Rios, filha da vítima
A jovem também relatou que o homem tinha comportamento possessivo e impedia Rayana de usar o próprio celular ou manter lembranças do falecido marido. Além de tentar controlar a administradora, o suspeito já havia a agredido outras vezes, segundo a família.

Ele era psicopata. Minha mãe não podia ter celular, só mexer no dele. Ele não deixava ter foto do meu pai em casa. Meu pai já tinha falecido, e ele tinha ciúmes até disso. As fotos foram sumindo aos poucos.
Khauny Rios, filha da vítima
Testemunhos de agressões anteriores
De acordo com Khauny, a mãe chegou a registrar vídeos de momentos de violência. Em um deles, o suspeito questionava por que Rayana ainda tinha fotos do ex-marido.
O primo da vítima, Leandro Rios de Souza, também frisou o comportamento agressivo de Luan.
Teve um caso em que ele tentou matar um homem, porque achou que estava sendo seguido. Ele prometia que ia matar minha prima e conseguiu. Ele não destruiu só ela, destruiu os filhos também.
Leandro Rios de Souza, primo da vítima
Investigação
A Polícia Militar informou que foi acionada por volta das 5h30, mas ao chegar ao endereço não encontrou ninguém. Pouco depois, a corporação recebeu informações de que duas pessoas esfaqueadas haviam dado entrada na UPA de Castelândia.
Rayana não resistiu aos ferimentos e morreu. Já o motociclista de aplicativo, que tentou intervir na briga, foi atingido no abdômen e buscou atendimento médico. Não há detalhes sobre o estado de saúde dele.
Rayana deixa quatro filhos — uma jovem de 19 anos, duas meninas de 14 e 12, e um menino de 5 anos. O caso é investigado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM). O suspeito ainda não foi localizado. Ele fugiu no carro que o tinha acabado de comprar com a administradora.
A Polícia Civil reforça que informações sobre o paradeiro do autor podem ser repassadas anonimamente pelo Disque-Denúncia 181.