O filho de 11 anos da influenciadora digital capixaba com mais de 1,5 milhão de seguidores presa em uma operação da Polícia Civil vivia em um apartamento com condições consideradas insalubres, na Praia da Costa, em Vila Velha.
A criança foi localizada durante a Operação Dois Irmãos, que cumpriu mandados de busca e apreensão durante a manhã desta quinta-feira (10).
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Gabriele Santos Silva, a MC Gaby, e o irmão, um empresário, são suspeitos de integrarem um esquema de golpes por meio de um site de venda de calçados, anunciar e vender produtos que não eram entregues.
Durante as buscas nesta quinta, a criança, que também é sobrinha do empresário, foi encontrada em um dos imóveis alvo da ação, vivendo em condições insalubres e, segundo os investigadores, “sem condições de um ser humano viver”.
Era totalmente insalubre, não tinha condições de um ser humano viver ali. Tinha comida apodrecida, resto de alimentos, fezes de animais, não havia local adequado para repouso, disse o delegado titular da Decon-ES, Eduardo Passamani.
Em imagens divulgadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) é possível perceber o acúmulo de lixo, sujeira e até mesmo fezes de animais no apartamento.
Veja o vídeo da situação flagrada:
O Conselho Tutelar foi acionado e constatou a situação de maus-tratos. A mãe e o tio da criança foram presos em flagrante e responderão pelos crimes de maus-tratos, cuja pena varia de dois a cinco anos de prisão.
O delegado Passamani disse que eles devem responder por maus-tratos com base na nova legislação sancionada na semana anterior à operação. Com isso, a pena desse tipo de crime foi elevada para até cinco anos de prisão.
Influenciadora apresentava vida de ostentação
O delegado relatou que a influenciadora adotava uma estratégia de marketing baseada na ostentação para transmitir credibilidade de uma vida de sucesso.
“Ela era uma influenciadora com mais de um milhão e meio de seguidores, passava uma situação de vida boa, que vivia na academia, tentava passar a credibilidade de uma vida de sucesso”.
Foi identificado nas investigações que a influenciadora colocava os preços dos produtos altos, as postagens possuíam resposta padrão, além da loja, possuir uma boa reputação em site voltado para reclamações de consumidores.
“Eram tênis caros, para um público com maior poder aquisitivo. Isso tornava o golpe sofisticado, pois não levantava suspeitas. Os perfis da empresa ocultavam comentários negativos e tinha notas altas no Reclame Aqui”.
Entretanto, para justificar a não entrega dos produtos, eles culpavam o sistema de entrega.
A diretora-geral do Procon-ES, Letícia Coelho Nogueira, afirma que algumas situações normalmente usadas para o consumidor desconfiar de lojas, como preço muito baixo e poucos seguidores, não se aplicavam ao caso da consumidora.
“Falamos que o consumidor deve desconfiar quando os preços são muito baixos, só que nesses casos os valores são altos, estamos falando de um tênis de R$ 1,5 mil, além de uma propaganda muito forte nas redes sociais. Mas a gente percebe falhas como comentários ocultos. A gente identifica que não havia produtos de fato a serem entregues”.
Ainda conforme a diretora-geral do Procon-ES, embora a empresa apresentasse mais de 700 reclamações no “Reclame Aqui”, a loja possuía uma nota alta.
“Todas as investigações e apurações administrativas estão sendo feitas para analisar se foi usado robô para mostrar para o consumidor que a plataforma era confiável”.
A reportagem da TV Vitória e Folha Vitória tenta contato com a defesa de Gabriele Santos Silva. O espaço está aberto para manifestação.
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória
