Crime bárbaro

Foragido, acusado de matar e decapitar homem em Santa Teresa é condenado

Homicídio teria sido motivado por uma piada feita pela vítima com a filha de um dos acusados. Lourival Jesus Filho teve a cabeça arrancada

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martelo de juiz
Foto: Canva

José Cândido Félix, acusado de matar e decapitar Lourival Jesus Filho, em setembro de 2013, em Córrego, zona rural de Santa Teresa, região Serrana do Espírito Santo, foi condenado pelo crime, mesmo estando foragido.

O júri ocorreu nesta quarta-feira (28), mesmo sem a presença do réu, uma vez que o advogado do acusado esteve presente na sessão, em um “júri de cadeira vazia”.

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O crime foi teve a participação de um segundo homem, Clemir de Souza Cunha, que já se encontra preso. Ele não foi julgado junto com o outro réu, pois a advogada não compareceu à sessão.

O homicídio teria sido motivado por uma piada feita pela vítima com a filha de um dos acusados. Lourival foi morto a facada e teve a cabeça arrancada.

José Cândido foi condenado a 19 anos por homicídio qualificado por motivo fútil e por meio cruel, que impossibilitou a defesa da vítima, e a outros dois anos e meio por ocultação de cadáver.

A condenação foi proferida pelo juiz Alcemir dos Santos Pimentel, e o promotor Egino Rios representou o Ministério Público do Espírito Santo.

Crime bárbaro após um churrasco

O crime ocorreu em 16 de setembro de 2013, após um churrasco na zona rural de Santa Teresa. Os réus teriam entrado em um barraco onde a vítima morava. Lourival estaria dormindo no sofá, embriagado, quando José Cândido se aproximou por trás e o esfaqueou no pescoço.

O criminoso utilizou um facão para cortar a garganta da vítima e arrancar a cabeça dela. Logo depois, Clemir, o segundo acusado, teria ateado fogo na cabeça de Lourival, em uma horta de tomates.

Acusados deram versões conflitantes sobre o caso

Em depoimento à época do crime, José Cândido teria contado aos policiais que o crime foi arquitetado por Clemir.

Segundo ele, Clemir tinha um problema com a vítima e os dois haviam batido boca. José conta que também teve desavenças com Lourival, mas que já havia deixado o desentendimento para trás.

Os dois teriam participado de um churrasco junto com a vítima, e passaram o dia bebendo. Após esta confraternização, teriam ido para um segundo churrasco, na casa de um amigo conhecido como “Amarelo”.

Lá, Lourival teria ficado embriagado e ido para casa, um barraco que ficava próximo à casa de Clemir, já que os dois já haviam trabalhado juntos há meses em uma horta.

Quando a vítima foi para casa, Clemir e José Cândido foram atrás.

Ao chegar na casa, Clemir teria entregado o facão para José Cândido e mandado ele executar a vítima, que o fez, ao dar uma facada no pescoço dela. Ele teria dito ao comparsa: “Viu? Está morto, pronto”. Clemir então teria respondido: “Não, quero que arranque a cabeça dele”.

Os dois saíram da casa com Clemir carregando a cabeça da vítima. Ele teria jogado gasolina e ateado fogo.

Clemir teria jogado o facão utilizado no crime em uma represa, utilizada para irrigar a horta de tomates. Os dois homens se dirigiram à casa de “Amarelo”, onde pediram gasolina emprestada para fugir de moto do local.

Os dois foram para Colatina, no Noroeste do Estado, onde Clemir ficou na casa do irmão, de quem recebeu R$ 500. O dinheiro foi repassado a José Cândido para que pudesse ir embora do município.

Homicídio motivado por brincadeira com a filha

Já Clemir relatou que durante o churrasco em que estavam juntos, a vítima teria feito uma brincadeira, o chamando de “sogro”, e dizendo que namoraria sua filha, o que o deixou nervoso.

Ainda segundo ele, a vítima teria contado a ele que tinha um revólver calibre 38, e que teria matado um homem com a arma na Bahia.

Clemir contou que teria ido ao barraco de Lourival para dizer a ele que não brincasse daquela forma sobre a filha dele, ao que a vítima teria respondido que “namoraria, sim, sua filha, queira ele ou não”.

Neste momento, uma briga teria se iniciado, e enquanto tentava se desvencilhar, sentiu que a vítima foi puxada para trás. Ele se deparou com José Cãndido, que aplicou uma facada no pescoço da vítima.

Clemir relatou que disse: “Você já matou ele, chega”. Ao que o outro acusado respondeu arrancando a cabeça da vítima e dizendo: “Agora eu tenho certeza de que ele está morto”.

As buscas por José Cândido continuam após a condenação. Clemir continua preso na Penitenciária de Colatina.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.