A Polícia Civil mirou na atuação de funcionários terceirizados de empresas de telefonia suspeitos de participação em furtos de baterias de lítio no Espírito Santo. Os crimes geram o prejuízo de cerca de 1,6 milhão e representam risco de interrupção de telefonia e internet.
Segundo informações repassadas nesta terça-feira (23), entre os alvos está Brendo do Nascimento Maduro, de 22 anos, considerado um dos principais criminosos de bateria de lítio no Estado. Ele foi preso.
Outros três suspeitos foram presos em flagrante por participação na quadrilha que realizou o furto de mais de 200 baterias de lítio em Vitória e Cariacica. Cada uma das baterias possui o valor estimado no mercado de R$ 8 mil a 10 mil.
O chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Dec), delegado Gabriel Monteiro, destacou que as investigações foram iniciadas depois que operadoras de telefonia procuraram o órgão no mês de junho relatando o prejuízo econômico e da população.
Vimos que o prejuízo estava gerando em torno de mais de R$ 1,6 milhão e nós ficamos muito preocupados também porque isso aí interrompe os serviços essenciais, como hospitais e delegacias.”
Gabriel Monteiro, delegado
Como o crime era realizado pelos ladrões?
Segundo o delegado Gabriel Monteiro, os criminosos, que eram terceirizados, possuíam chaves específicas e conhecimento, a partir da manutenção e instalação diretamente nas torres de energia do Espírito Santo.
Qual era o modus operandi: eles iam para instalar as baterias ou fazer a manutenção nas torres e com isso, tinham chaves específicas e conhecimento para furtar o material.
Gabriel Monteiro, delegado
Diante dos casos e das investigações, no dia 2 de julho três suspeitos, com idades de 25, 36 e 66 anos, foram presos em flagrante nos municípios de Cariacica e Vitória.
Após um mês, a corporação conseguiu solicitar e representar o Poder Judiciário com o pedido de cinco mandados de busca de apreensão e a prisão preventiva do principal executor dos crimes. “Realizamos a prisão e também com as provas, buscas e apreensões identificamos e agora será indiciado o chefe dessa associação criminosa”.
Operação terá segunda fase
O delegado Gabriel Monteiro também disse que uma segunda fase será realizada pela Polícia Civil, em que as ações serão voltadas para os receptadores dos materiais.
“Também vamos investigar se há funcionários dessa empresa que dão informações privilegiadas para essa associação criminosa. A Polícia Civil não vai permitir um prejuízo tão grande, tanto para as empresas quanto para a população em geral.”
Lei aumentou a pena para furto de bens que interrompam serviços
Também foi destacado pela Polícia Civil que, uma lei aumentou a pena do furto de cabos de fios de cobre ou qualquer bem do município, Estado ou União que interrompa os serviços essenciais.
Esse caso é um desses, já que a bateria, é um bem, então, ou seja, a pena não é mais de 1 a 4 anos, agora é de 2 a 8 anos. Esses indivíduos que praticaram 20 condutas dessas vão responder 20 vezes por essa pena de 2 a 8 fora a associação, então é um caso, é um crime grave.”
Polícia Civil, por meio de nota
*Com informações do repórter Caio Dias, da TV Vitória/ Record