De janeiro a agosto de 2025, o Espírito Santo registrou 41 furtos de cargas de caminhões em todo o Estado. O número é 24% menor do que no ano passado. Entretanto, os saques de mercadorias são motivo de preocupação para o setor.
Parte da queda no número de furtos está relacionada ao investimento de transportadoras em meios de prevenção e segurança, como câmeras e até mesmo evitar algumas rotas.
Segundo o gerente de transportadora João Carlos Oliveira, estas medidas ajudam a mitigar ou impedir furtos a cargas no Estado.
“A gente foi se adaptando para evitar este tipo de problema ao máximo, escolhendo algumas estratégias de atuação, como evitar determinadas rotas. Trabalhamos também com tecnologias, então todos os nossos veículos têm câmeras”, disse.
Crimes de oportunidade
Apesar da redução na quantidade de furtos, outro crime tem chamado a atenção de autoridades: o saque a mercadorias. Essa prática tem se intensificado, principalmente na região Sul do Espírito Santo.
Segundo o delegado Christian Waichert, este tipo de crime acontece pelo oportunismo dos criminosos.
“Os crimes quem vêm acontecendo, eles acontecem por oportunidade. É o furto durante a madrugada, que não se sabe o que está sendo transportado. O furto à mercadoria que fica à mercê na pista, é subtraída”, informou.
Ainda segundo ele, não há indícios de ação de organizações criminosas no Estado e as forças de segurança têm tomado medias para diminuir os casos.
De acordo com o delegado, os itens com maior incidência de furtos são alimentos, bebidas e autopeças e os casos se concentram na BR-101.
“Este ano observamos que em razão desse combate, eles passaram a atuar após os acidentes, provocando saques na região. Com ação integrada conseguimos reduzir com 7 casos nos meses de abril e maio para um caso nos meses seguintes”, afirmou.
CONFIRA DEPOIMENTO DE CAMINHONEIROS
Crimes pesam no bolso do consumidor
Segundo Mário Natali, superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado do Espírito Santo (Transcares), os prejuízos com furtos e saques correspondem a um custo de 15% a mais para as transportadoras.
De acordo com ele, isso faz com que os preços sejam repassados ao consumidor final, encarecendo o preço das cargas.
“O transportador tem que pagar gerenciamento de risco, seguro, muitas vezes até escolta para não ser roubado quando a carga tem alto valor agregado e isso no fim recai sobre a população”, relatou.
*Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record