
O golpe do falso advogado está fazendo vítimas no Espírito Santo. Tudo começa quando criminosos se passando por profissionais enviam mensagens a pessoas com processos judiciais ativos celebrando supostas conquistas.
Os golpistas utilizam nome, imagem, número e outros dados de advogados para fraudar comunicações com as vítimas. Após a boa notícia, são solicitados dados bancários para, supostamente, realizar pagamentos de valores ganhos na Justiça.
O guarda-vidas José Ricardo Rocha caiu no golpe: “Quando eu recebi a mensagem, fui no perfil e havia a foto do meu advogado, o endereço do escritório onde já estive algumas vezes, e da forma como este suposto advogado falava, era a forma como o meu advogado conversa comigo: poucas palavras, palavras objetivas.”
Em seguida, a vítima conta que recebeu uma ligação de um número de fora do Estado. A pessoa afirmava precisar dos dados bancários de José para efetuar o pagamento. O guarda-vidas acabou realizando duas transferências via Pix para os golpistas.
“Ele (golpista) disse que para o dinheiro ser liberado haveriam ainda mais algumas taxas. Foi aí que eu me toquei que realmente era um golpe.”
José não foi o único a ficar no prejuízo em razão do golpe do falso advogado. Segundo dados do observatório da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Espírito Santo (Sesp), de janeiro a setembro deste ano foram registrados mais de 38.700 casos de fraudes. O número é 10% maior do que o do ano passado.
Delegado orienta: agilidade e prevenção
O delegado da Polícia Civil Eduardo Arcos afirma que as vítimas do golpe do falso advogado precisam agir rapidamente após a ocorrência.
“Existem mecanismos administrativos, atualmente, em que você consegue solicitar ao banco o estorno do valor transferido. No entanto, isso tem que ser muito rápido, porque essas organizações criminosas atuam de forma muito rápida.”
Os criminosos, segundo o delegado, assim que recebem o dinheiro das vítimas já trabalham para “pulverizar” o valor – ou seja, realizam diversas transferências menores para várias contas diferentes -, dificultando o rastreamento.
Além de procurar ajuda com agilidade, é necessário recusar chamadas de vídeo que podem permitir o roubo de dados financeiros e bancários.
Isso porque, nas ligações, os golpistas capturam imagens das faces das vítimas para utilizá-las para acessar aplicativos de bancos.
*Com informações da repórter Eduarda Neves, da TV Vitória/Record.