Um homem de 29 anos foi preso no bairro São Benedito, em Vitória, suspeito de agredir e ameaçar uma adolescente de 16 anos com quem manteve um relacionamento amoroso por um ano. Ele chegou a dizer que iria raspar a cabeça dela.
A prisão foi realizada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), com apoio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com a Polícia Civil, as investigações começaram em julho deste ano, quando a garota e a família, moradores da Serra, procuraram a delegacia para denunciar o caso.
A adolescente relatou ter sido vítima de violência física e psicológica durante o relacionamento.
Segundo o delegado Marcelo Cavalcante, responsável pela investigação, o suspeito ameaçava a namorada e chegou a apontar uma arma de fogo para a cabeça da vítima em dois momentos distintos.
“Ela (foi prontamente acolhida pelo setor de psicossocial e começaram-se as investigações, onde ficou constatado que este indivíduo estava se aproveitando desse convívio, desse namoro que tinha com essa adolescente, e a ameaçando. Inclusive, chegou ao ponto, em dois momentos, de apontar uma arma para a cabeça dela”, afirmou o delegado.
O relacionamento durou cerca de um ano, mas, ao tentar se afastar, a menor passou a sofrer ainda mais agressões e ameaças.
Bilhetes com ameaças
Durante o depoimento, o suspeito confessou o crime e até reconheceu a autoria de bilhetes com ameaças, um deles mencionando que iria raspar a cabeça da vítima.
Ele confessa e reconhece o bilhete, a letra dele. Pior, afirma nesse bilhete que vai raspar a cabeça da adolescente. Isso nos causa perplexidade porque ele estava ali, na verdade, para proteger a pessoa, mas passa a agredir, a ameaçar, com o único objetivo de ter posse sobre a vítima. Causa perplexidade até para nós que somos acostumados a trabalhar com esse tipo de crime”
Marcelo Cavalcante, delegado.
O homem foi autuado por lesão corporal, ameaça e violação de domicílio. Ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.
O delegado destacou que o caso serve como alerta para outras adolescentes e mulheres em situação de violência.
“A gente vê que os pais têm uma função importante nisso, para orientar o seu filho, a sua filha, para que consigam ter um relacionamento adequado com pessoas da mesma idade. Mas a gente não pode colocar a culpa na vítima”, finalizou.
A Polícia Civil reforça que denúncias de violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas de forma anônima pelo Disque 100 ou diretamente nas delegacias especializadas.
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record.
*Texto sob supervisão da editora Elisa Rangel