
Luiz Carlos Almeida Paranhos, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos após ser esfaqueado pelo padrasto e morreu na manhã de terça-feira (6), no Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra. O crime aconteceu no último sábado (3), no bairro Jardim Bela Vista, onde a vítima morava e também foi velada.
Segundo amigos e familiares, Luiz Carlos era conhecido na comunidade por sua participação em um grupo de teatro local, no qual era protagonista das peças.
Já estava sendo organizado o ensaio para a próxima apresentação, marcada para o dia 17. Ele sempre perguntava se esse ano ia ter a peça, contou Isaque Dally, coreógrafo do grupo.
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Padrasto: briga por causa de xícara quebrada
O padrasto, identificado como Lúcio Mauro Corrêa, teria atacado Luiz Carlos após uma briga motivada por uma xícara quebrada.
Uma testemunha que presenciou o crime relatou que a discussão começou depois que o jovem esbarrou no objeto.
“Ele pegou o Luiz na covardia. O Luiz ainda falou: ‘Para com essa doideira, não precisa disso não’. Ele respondeu: ‘Doideira o quê? Tem que fazer isso mesmo. Você já está merecendo’”, contou o amigo da vítima, que preferiu não se identificar.
De acordo com relatos de vizinhos, o relacionamento entre enteado e padrasto era conturbado. Amigos disseram que, há alguns meses, Lúcio já havia atingido Luiz com uma facada no braço. “Para muitos, o que aconteceu foi uma tragédia anunciada”, comentou uma moradora.
Após o crime, Lúcio Mauro se apresentou voluntariamente na 4ª Companhia do 6º Batalhão, no bairro Jardim da Serra, alegando medo de represálias.
Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio crime que agora pode ser reclassificado para homicídio qualificado, com a morte da vítima e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana, onde permanece à disposição da Justiça.
Luiz Carlos foi sepultado no Cemitério de São Domingos, na Serra Sede, em uma cerimônia marcada pela dor e comoção.
A mãe dele, muito abalada, participou da despedida, mas não quis gravar entrevista. O amigo que viu tudo espera que haja justiça: “Que ele fique preso muito tempo. Foi uma covardia. Se não for feito nada, mais uma morte vai ficar impune”.
*Com informações do repórter André Falcão, da TV Vitória/Record