Estão presos dois suspeitos do assassinato de um jovem ocorrido dentro de uma padaria no bairro Ulysses Guimarães, em Vila Velha. O crime aconteceu na manhã do dia 17 de junho e foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento. A Polícia Civil ainda busca por terceiro suspeito, que segue foragido.
A vítima foi identificada como Thiago Silva Pereira, de 20 anos. De acordo com a polícia, o jovem era natural da Bahia e não tinha envolvimento com o tráfico.
Segundo a Polícia Civil, seis homens participaram da ação criminosa. Um deles portava um fuzil. O grupo permaneceu na padaria por alguns instantes antes de fugir. A vítima foi atingida por mais de 15 disparos e morreu no local.
As imagens mostram o momento em que homens armados invadem a padaria e disparam diversas vezes contra a vítima, mesmo com clientes e funcionários no local. Uma cliente da padaria também foi baleada com três tiros, mas sobreviveu.
Vítima não tinha antecedentes criminais
As investigações apontaram que a vítima não tinha passagens pela polícia e não havia indícios de envolvimento com o tráfico de drogas ou com organizações criminosas da região. Thiago era da Bahia e havia se mudado para o Espírito Santo quatro meses antes do ataque.
Os suspeitos já presos afirmaram que a motivação do crime não estaria relacionada diretamente à vítima, mas sim a disputas entre facções criminosas.
No histórico criminal, não havia nenhuma participação, nenhum envolvimento com atividades criminosas, até porque ele era recente aqui em Vila Velha e nós, aqui da investigação, também não tínhamos qualquer menção, qualquer informação de que ele participava ativamente na organização criminosa da região do Lisboa ou no tráfico de drogas.
Adriano Fernandes, delegado ajunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
Dois suspeitos presos e um foragido
Até o momento, três dos seis suspeitos foram identificados. Dois deles já foram presos.
O primeiro a ser detido foi Cristiano Oliveira Santos, preso cerca de dois meses após o crime, em casa, no bairro Barramares, também em Vila Velha. Segundo a polícia, ele tem passagens por tráfico de drogas. No imóvel, foi apreendida uma arma, que não teria sido utilizada no assassinato.
Durante o interrogatório, Cristiano confessou participação no crime e afirmou que o ataque foi motivado por uma guerra entre facções. Ele relatou que um amigo ligado ao tráfico havia sido morto dias antes na região de Barramares e que teria aceitado participar da ação como represália.
Segundo a polícia, Cristiano pilotava uma motocicleta junto com outro suspeito, enquanto os demais estavam em um veículo.
O segundo preso é Levi Oliveira Santos, localizado no Rio de Janeiro no final do mês passado. De acordo com a Polícia Civil, ele deixou o Espírito Santo logo após o crime, na tentativa de se esconder.
Na casa de Cristiano, foi encontrada uma arma, diferente da que foi utilizada no dia do crime. Ele assumiu a autoria, falou que participou e disse que foi motivado por essa guerra das facções, que dias antes um amigo dele, também faccionado, tinha sido morto na região dos Barramares. E o Levi teria o chamado para participar desse ataque e ele teria aceitado. Ele falou que os outros três indivíduos não tinham conhecimento; eram envolvidos no tráfico do PCV, da facção PCV, mas ele não tinha conhecimento de quem eram esses indivíduos, e ele falou que estava pilotando a moto junto com o Levi e os outros quatro indivíduos estavam no veículo.
Adriano Fernandes, delegado ajunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)
Daniel Bastos dos Santos é o terceiro suspeito identificado e o único que continua foragido. A Polícia Civil pede ajuda da população para localizar o homem. Denúncias podem ser feitas pelo Disque-Denúncia 181.
Além do trio identificado, outros três suspeitos participaram do ataque, segundo a polícia. Eles estavam encapuzados e usavam balaclavas, o que dificultou o reconhecimento por meio das imagens de segurança.
A Polícia Civil reforça o pedido para que qualquer informação que possa ajudar na identificação desses suspeitos seja repassada de forma anônima.
Disputa entre facções marcou período de violência na região
De acordo com a investigação, o crime está inserido em um contexto de intensificação da violência na região da grande Terra Vermelha entre os meses de maio e julho. Dez horas antes do assassinato de Thiago, outras duas pessoas já haviam sido mortas na mesma região.
A polícia aponta que os homicídios estão relacionados à disputa por pontos de venda de drogas entre facções rivais. No dia anterior ao crime na padaria, houve outro ataque na região de Barramares, o que teria acirrado ainda mais o conflito.
No dia anterior, tinha ocorrido um ataque na região de Terra Vermelha, Barramares, e nesse dia, foi um ataque; inclusive, até o Cristiano, no seu interrogatório, afirmou que dias antes um amigo dele que morava lá na região do Barramares tinha sido morto por integrantes da facção TCP, que é a região que domina Ulysses Guimarães, que é o local onde aconteceu o crime
Situação está sob controle, diz polícia
A Polícia Civil informou que, atualmente, a situação na região da grande Terra Vermelha está sob controle e que as investigações continuam para localizar e prender todos os envolvidos no homicídio.

*Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória Record.