Polícia

Justiça condena cinco traficantes do PCV a mais de 24 anos de prisão

Os condenados deverão cumprir pena em regime fechado e pagar indenização de R$ 50 mil por danos à sociedade

Da esquerda para a direita: Carlos Alberto Furtado da Silva, João de Andrade, Geovane de Andrade Bento, Giovani Otacílio de Souza e Pablo Fernandes foram condenados. Foto: TV Vitória/Reprodução
Da esquerda para a direita: Carlos Alberto Furtado da Silva, João de Andrade, Geovane de Andrade Bento, Giovani Otacílio de Souza e Pablo Fernandes foram condenados. Foto: TV Vitória/Reprodução

Cinco líderes da facção criminosa Primeiro Comando de Vitória (PCV) foram condenados a mais de 24 anos de prisão por associação para o tráfico de drogas, com uso de arma de fogo, e por organização criminosa.

A sentença foi resultado de denúncia apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da 10ª Promotoria de Justiça Criminal de Vitória.

Os condenados são João de Andrade, Carlos Alberto Furtado da Silva, Geovani de Andrade Bento, Giovani Otacílio de Souza e Pablo Bernardes. Todos deverão cumprir a pena em regime fechado e foram condenados também ao pagamento de 1.166 dias-multa cada dia-multa equivale a 1/30 do salário mínimo vigente à época dos fatos.

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A decisão judicial ainda determina o pagamento de R$ 50 mil por danos morais difusos, a ser destinado a uma entidade sem fins lucrativos voltada à saúde ou segurança públicas, além das custas processuais. Os cinco réus, que já estão presos, não poderão recorrer da sentença em liberdade.

As condenações são decorrentes da Operação Armistício, deflagrada em julho de 2021, para investigar a atuação da facção no Estado. Na ocasião, foram cumpridos 37 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em municípios da Grande Vitória, Aracruz e São Mateus.

A sentença descreve que o PCV atua com forte presença na capital e região metropolitana, além de manter conexões com o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.

A prova carreada demonstra que o denominado Primeiro Comando de Vitória –PCV apresenta enorme potencial econômico e bélico, sendo certo que sua sede está no Bairro da Penha, nesta Capital, mas com conexões em toda a região metropolitana e em unidades prisionais deste Estado, com clara ligação com o Comando Vermelho – CV, sediado no Rio de Janeiro, afirma o documento.

Cartilha com regras da facção também foi apreendida

Ainda segundo a Justiça, foi apreendida uma espécie de “cartilha” com as regras da facção, além de bilhetes e mensagens que comprovam a atuação estruturada do grupo.

“Os elementos colhidos, nesta ação penal, são firmes ao indicar a existência de uma organização criminosa, com associados exercendo funções específicas e definidas em escala de prioridade e importância no esquema, como fogueteiros, olheiros, seguranças e responsáveis pelas vendas de drogas, sempre com a adoção de práticas de violência física e intimidação, impondo medo à população de um modo geral, fazendo valer as regras definidas pela organização.”

Veja a função dos réus dentro do PVC

  • Carlos Alberto Furtado da Silva: apontado como a principal liderança do grupo. “Coordenava as mais importantes ações do grupo, sendo reverenciado como principal liderança por todos os demais membros da organização.”
  • Pablo Bernardes: exercia liderança ligada ao bairro Jesus de Nazaré. “Importante destacar sua posição proeminente nesta organização criminosa, com capacidade de aquisição de drogas de fora da ORCRIM e posterior distribuição interna.”
  • João de Andrade: teve sua participação evidenciada por bilhetes capturados digitalmente. “Registros de agradecimentos por ataques a rivais nos bairros Conquista e Capixaba, além de menções ao lucro com ações de tráfico, denotando abrangência interestadual.”
  • Geovani de Andrade Bento: atuava na coordenação logística. “Forte atuação como liderança, coordenando compra e venda de drogas, armas e munições, além de envolvimento direto em ataques armados.”
  • Giovani Otacílio de Souza: comandava ações de dentro da prisão. “Exerce forte liderança, com ordens transmitidas por visitantes, mantendo o comando das ações externas da organização.”

A Justiça rejeitou o pedido do MPES para condenação pelo crime de tráfico de drogas, alegando ausência de provas materiais suficientes. O Ministério Público informou que irá recorrer dessa parte da sentença.

As investigações que embasaram as acusações ocorreram entre abril de 2019 e março de 2020. Outros envolvidos já foram condenados em processos paralelos, incluindo advogados que intermediavam comunicações entre presos e membros em liberdade.

*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues *

Estagiário

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória