Parentes, amigos e vizinhos se reuniram na manhã desta segunda-feira (11) na principal avenida do bairro Santa Rita, em Vila Velha, para pedir justiça e mais segurança após os ataques que aconteceram neste final de semana.
Durante o protesto, que foi pacífico, a via chegou a ser fechada por alguns minutos, e em seguida os manifestantes seguiram em caminhada pelas ruas de Santa Rita, repetindo palavras de ordem como “Queremos justiça!”.
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Outra manifestação de moradores acontece na noite desta segunda na região.
Além do caso de Sophia, moradores do bairro também se juntaram pela manhã na manifestação em prol de outras vítimas da guerra do tráfico que acontece na região.
Em meio à comoção, a mãe de Sophia, Alini Vial, fez um desabafo emocionado.
Deus está usando a minha dor para que eu faça alguma coisa. Hoje foi a minha filha, mas eu não quero em hipótese alguma que um pai ou uma mãe chore e sinta o que eu estou sentindo.”
Alini Vial
José Augusto, avô de Sophia, também pediu justiça pela neta. “O sangue da minha neta, não pode ficar impune. Essa guerra dentro do nosso bairro tem que acabar”, afirmou a avó da adolescente.
Medo e insegurança
O clima de tensão no bairro preocupa moradores e comerciantes. Durante os tiroteios, o comércio fecha e as pessoas se recolhem. Uma moradora do bairro, que também participou do protesto, falou sobre o trabalho da polícia e reforçou a importância de ter um policiamento constante no bairro.
O que a gente precisa é segurança. Não é uma viatura que venha depois dos tiros e vá embora. Não é a primeira vez e esperamos que seja a última.”
Moradora de Santa Rita
A manifestação também relembrou outros casos de violência, como as mortes de João Vitor e Luciano Souza Andrade, que aconteceram no início deste ano.
A madrasta de Luciano contou que diante da dor, o pai do jovem se mudou para o Maranhão para se afastar das notícias de violência.
Veja momentos do protesto:
Protesto pacífico
O ato, segundo moradores, foi marcado pela união da comunidade em busca de mudanças. Com cartazes e faixas, o grupo destacou que a situação afeta não apenas as famílias das vítimas, mas todo o bairro.
“Mais um inocente pagou com a vida para que nossa comunidade tenha voz”, lamentou José Augusto, avô de Sophia.
Até o momento, não houve informações sobre prisões relacionadas ao caso. A Polícia Civil investiga as circunstâncias das mortes.
Entenda o caso
No último sábado (09), um ataque a tiros motivado pelos confrontos de tráfico de drogas na região de Grande Santa Rita matou Sophia Vial, 15 anos, e Andrezza Conceição, manicure de 31 anos.
Duas crianças, de 6 e 9 anos, também foram atingidas, receberam atendimento médico e já receberam alta.
A Polícia Militar identificou dois adolescentes como autores do crime. De acordo com a corporação, o ataque foi ordenado por Nego Stanley, integrante do Primeiro Comando de Vitória (PCV), que atua no bairro Alecrim e coordena ações contra grupos rivais. Nenhum suspeito foi preso até o momento.
Segundo informações de inteligência das polícias Civil e Militar, os autores atiraram contra as pessoas que ali estavam, à procura de um alvo que nem ali estava. Então, chegam de maneira aleatória, saem atirando contra todo mundo. São esses bandidos que são ‘os frentes’ das facções responsáveis por esses ataques. A determinação deste comandante é que, até a prisão deles, todas as outras nossas ações sejam literalmente focadas nessa região.”
Coronel Douglas Caus, comandante da Polícia Militar
*Com informações da TV Vitória.
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.
