O Estado do Espírito Santo registrou um aumento de 11% no número de feminicídios no ano de 2024 comparado com 2023. Os dados foram divulgados na quinta-feira (11), por meio do Mapa da Segurança Pública do Ministério da Justiça.
Segundo o levantamento, no ano de 2024, o Espírito Santo registrou 39 feminicídios, sendo 4 a mais do que no ano de 2023, quando foram computados 35 casos.
No Estado, o percentual ficou acima do que a média nacional, dado que no Brasil foi registrado um aumento de 0,69% nos casos de feminicídio. Durante o ano de 2023 foram 1.449 casos, já no ano de 2024 são contabilizados 1.459.
O feminicídio ocorre quando o homicídio é cometido contra uma mulher por razões de condição de sexo feminino. A pena para esse tipo de crime é aumentada, sendo considerado hediondo, com julgamento pelo Tribunal do Júri.
Feminicídios no Espírito Santo
- 2023: 35
- 2024: 39 (+11,43%)
Feminicídios no Brasil
- 2023: 1.449
- 2024: 1.459 (+0,69%)
Casos emblemáticos foram registrados em 2024
Casos de feminicídio emblemáticos foram registrados no ano de 2024, no Espírito Santo. Entre eles está o da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, que foi assassinada a tiros no dia 11 de janeiro de 2024, em Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo.
A vítima já havia ido até uma delegacia da Polícia Civil, no dia 5 de outubro de 2023, para relatar toda a agressão e mostrar os ferimentos. Além disso, denunciou em áudio enviado para uma amiga sobre a agressão física que sofreu por parte do então namorado.
Cleilton Santana dos Santos, acusado do crime, será julgado por feminicídio, mas não vai responder com base na mudança da lei em outubro de 2024, que aumentou as penas pelo crime de 20 a 40 anos de prisão.
No dia 21 de julho de 2024, Aline Ribeiro da Rosa, de 35 anos, foi morta pelo ex-marido, Felipe Silva de Almeida, de 28 anos. O caso foi registrado na calçada de um bar, no bairro Fátima, em Aracruz.
Momentos antes do assassinato, Aline ligou para a polícia dizendo que o ex-marido, que não aceitava o divórcio, estava a ameaçando de morte enquanto ela tentava se divertir no bar.
Felipe já havia sido denunciado por Aline. Ela foi a uma delegacia pedir proteção, dizendo que Felipe não aceitava o fim do casamento e a ameaçava diariamente, inclusive mostrando estar armado.
“Violência de gênero deve ser enfrentada”, diz secretário
O secretário da Segurança Pública, Leonardo Damasceno, afirma que os dados de feminicídio são tristes e seguem aumentando em todo o país. Entretanto, “a violência de gênero deve ser enfrentada por vários setores, inclusive da sociedade civil”.
Devemos mudar a cultura do machismo, da violência de gênero contra mulheres e meninas. Esse é um desafio enorme, que a segurança púbica não consegue resolver sozinho, a sociedade deve estar engajada nessa missão.
Além disso, o secretário disse que o Estado tem investido no combate à violência de gênero, com a criação de Salas Marias e Companhia Independente da Polícia Militar.
“Criamos as Salas Marias e a Companhia Independente da Polícia Militar para enfrentamento da violência de gênero das mulheres e todas as medidas que são realizadas pela Secretaria das Mulheres”.