Reviravolta

Bebê morreu vítima de massagem cardíaca errada e polícia pede soltura de mãe e padrasto

Aghata, de 1 ano e 6 meses, foi levada pela mãe e pelo padrasto para a UPA. O casal foi preso suspeito de agressão, mas a polícia pediu a soltura deles

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A menina Agatha Ester menina levada morta a UPA de Vila Velha
Agatha Ester, menina levada morta a UPA de Vila Velha. Foto: Reprodução/TV Vitória

Reviravolta: a bebê Aghata Ester Santos Barbosa, de 1 ano e 6 meses, levada com lesões pelo corpo para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Riviera da Barra, em Vila Velha, foi vítima de massagem cardíaca errada. A informação é da Polícia Civil.

A mãe e o padrasto da criança chegaram a ser presos suspeitos de agressão e foram autuados na ocasião em flagrante por homicídio qualificado. Agora, a polícia pediu a revogação da prisão dos dois. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) disse que eles ainda estão no presídio.

Nesta terça-feira (27), a Polícia Civil detalhou que, durante as investigações, verificou “há indícios de que a lesão tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga. Portanto, não se configura crime”.

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Aghata deu entrada no hospital no dia 10 de maio, um sábado. A família disse que ela havia caído e desmaiado enquanto estava brincando. No entanto, ao dar entrada no hospital, foi feito um alerta de agressão porque a menina apresentava lesões por todo o corpo, provocadas por terceiros.

A criança havia sido levada à mesma unidade de saúde para tratar uma infecção urinária uma semana antes de morrer, no dia 3 de maio. O casal afirmou na segunda internação que ela poderia ter sido vítima de um quadro agravado da doença.

Porém, após exames, foi concluído que a criança morreu por conta de graves lesões, contrariando a versão do padrasto, José Wilson Guimarães Júnior, de 38 anos, e da mãe, Paula Nazarett dos Santos Barbosa, de 31 anos, que acabaram detidos.

José Wilson e Paula Nazarett, padrasto e mãe da menina Aghata Ester Santos Barbosa. Foto: Reprodução/ TV Vitória.
José Wilson e Paula Nazarett, padrasto e mãe de Aghata: polícia pediu pela soltura do casal

Na época, exames feitos no Instituto Médico Legal (IML), em Vitória, descartou morte por queda ou por doenças. Em nota, a polícia chegou a declarar: “De acordo com o laudo do médico legista, as lesões encontradas na vítima são incompatíveis com causas naturais ou queda, sendo compatíveis com traumas provocados por terceiros”.

Investigação não identificou elementos que justificassem a prisão

Nesta terça-feira, a Polícia Civil declarou que, durante as investigações, realizadas por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), não foram identificados elementos que justificassem a manutenção da prisão preventiva. Por essa razão, a autoridade policial representou pela revogação da prisão.

Há fortes indícios de que a lesão inicialmente constatada tenha sido provocada por uma massagem cardiorrespiratória realizada de forma incorreta, por pessoa leiga, sem formação técnica, no calor do desespero e realizada no corpo frágil de uma bebê.

A polícia ainda concluiu que esse ato não é identificado como crime. “Importante destacar que a criança apresentava um quadro clínico debilitado e estava sendo levada diariamente à UPA de Riviera da Barra para receber medicação venosa e ser avaliada”, acrescentou a polícia.

A instituição finaliza dizendo que “durante as investigações realizadas não foram identificadas qualquer conduta que desacredite a mãe da criança ou seu namorado, que estava responsável pela menor no momento dos fatos”.

Equipe médica atuou por mais de 30 minutos

Na data do atendimento médico, a Prefeitura de Vila Velha disse que Agatha deu entrada na UPA de Riviera da Barra às 14h51 já em parada cardíaca. De acordo com os médicos, ela apresentava sinais que indicavam graves lesões.

Os médicos informaram que a criança estava com midríase bilateral, ou seja, tinha as pupilas dilatadas e não reagia a estímulos de luz. Além disso, foi identificado um quadro de cianótica, que indicava que ela estava com uma coloração acinzentada e azulada na boca e extremidades.

A equipe médica realizou manobras e conseguiu fazer com que Agatha respirasse sozinha por alguns segundos, mas logo depois ela sofreu uma parada cardiorrespiratória.

Os médicos trabalharam por mais 14 minutos com manobras de ressuscitação, mas a menina não resistiu e morreu às 15h25, 34 minutos depois de dar entrada na UPA.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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