Polícia

Mesmo se for condenado, diplomata espanhol acusado de matar esposa pode ficar solto

Crime aconteceu em 2015, em Jardim Camburi. Acusado está na Espanha desde 2017 e eventual condenação no Brasil precisa ser validada em seu país natal

Mesmo se for condenado, diplomata espanhol acusado de matar esposa pode ficar solto Mesmo se for condenado, diplomata espanhol acusado de matar esposa pode ficar solto Mesmo se for condenado, diplomata espanhol acusado de matar esposa pode ficar solto Mesmo se for condenado, diplomata espanhol acusado de matar esposa pode ficar solto

Foto: Reprodução TV Vitória
Diplomata espanhol Jésus Figon Léo é acusado pelo MPES de matar a própria esposa, Rosemary Justino Lopes, em 2015, no bairro Jardim Camburi, em Vitória

O diplomata espanhol Jésus Figon Léo, acusado de matar a facadas a mulher, Rosemary Justino Lopes, em Vitória em 2015, irá a júri popular nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, mas poderá ficar solto, mesmo se for condenado.

O julgamento, que começará às 9h, no Fórum de Vitória, será realizado por meio de videoconferência e deverá contar com a presença de Figon, que estará na Espanha.

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O promotor de Justiça, Leonardo Augusto Cezar, explicou a situação durante coletiva de imprensa do Ministério Público Estadual (MPES) sobre o caso, nesta segunda-feira (6). 

O acusado, que voltou a morar no seu país natal desde 2017, pode não cumprir a prisão. Isso porque a eventual condenação precisa ser validada também na Espanha. Porém, o Ministério Público espanhol já sinalizou que isso pode não acontecer.

Foto: Reprodução TV Vitória

“Em caso de ser condenado, para que ele possa cumprir a pena na Espanha, a legislação brasileira tem que espelhar a legislação espanhola. Confiamos no senso e no sistema de justiça espanhol e, além de esperar uma condenação, esperamos que seja cumprido e executado na Espanha”, detalhou o promotor de Justiça. É necessário que o trâmite processual aqui no Brasil seja similar ao que aconteceria se Jésus Figon fosse processado na Espanha.

Justiça brasileira mandou devolver passaporte

Após o crime, o passaporte do diplomata foi confiscado, porém devolvido posteriormente. O promotor explicou porque isso aconteceu, dando chance para ele sair o Brasil. 

“O estado espanhol permitiu que o processo corresse aqui no Brasil, mas ele não renunciou ao direito de executar a pena do espanhol. Ou seja, o cidadão espanhol vai ter o direito de ser preso e cumprir sua pena lá na Espanha. Por conta disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu que a restrição do passaporte seria uma antecipação dessa execução de pena. Então, foi liberado o passaporte dele e ele voltou para a Espanha e não sinalizou que viria presencialmente ao júri”, detalhou.

Mulher de diplomata foi encontrada morta com 5 facadas

Jesus Figon Léo é acusado de assassinar Rosemary Justino Lopes, 56 anos, em maio de 2015. Eles eram casados havia mais de 30 anos. Ela foi encontrada morta com cinco facadas no apartamento que o casal morava, no bairro Jardim Camburi, em Vitória. Na época, ele alegou que a esposa sofria de problemas psicológicos e de alcoolismo.

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O espanhol chegou a confessar o crime, mas na Justiça, ele mudou a versão e afirma que ela teria se suicidado. Versão essa que o Ministério Público rechaça.

“As provas técnicas demonstram cinco facadas em regiões vitais e que, pela literatura da medicina legal, é totalmente impossível que uma pessoa tenha praticado suicídio pela origem daquelas lesões. Quando há assassinatos de mulheres, não é raro se aventar a hipótese de suicídio, de forma a tentar criar uma confusão mental nos jurados e colher impunidade”, apontou o promotor.

Sete jurados vão ouvir defesa e acusação para determinar se Jesus é culpado ou não. O júri vai acontecer de forma remota, na 1ª Vara Criminal de Vitória.

O que diz a defesa

A defesa de Jesus Figon Léo foi contactada, mas os advogados disseram que não iriam se manifestar. 

Com informações do repórter Lucas Melo, da TV Vitória/RecordTV