Polícia

"Meu filho saudável! Eu só fui fazer uma consulta!", diz pai de bebê morto em Vila Velha

De acordo com o pai do bebê, o médico que atendeu a criança teria saído da sala para atender outros pacientes quando o Samu chegou

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Reprodução/TV Vitória
Reprodução/TV Vitória

O advogado Ronaldo dos Santos Costa, pai do bebê Miguel, de 35 dias, que morreu após uma consulta de rotina nesta segunda-feira (21), em uma clínica de Vila Velha, falou sobre o comportamento do médico que atendeu o filho.

Os pais afirmam que levaram a criança ao local após apresentar sintomas de refluxo, já que havia sido diagnosticada anteriormente com a doença.

Miguel foi amamentado pouco antes da consulta, a pedido do próprio médico. O bebê teria sujado a fralda e o profissional foi até o banheiro e ligou a torneira, onde colocou a criança de cabeça para baixo para realizar a limpeza.

Veja o que disse o pai do bebê:

De acordo com Ronaldo, o bebê teria ficado roxo e após um rápido exame com o estetoscópio, o médico teria dito que “o coração realmente está parando”, momento em que os pais entraram em pânico e pediram para médicas na recepção chamarem o Samu.

O Samu chegou, entrou, e já começou com as manobras para ressuscitar meu filho. O meu filho saudável! Eu só fui fazer uma consulta! O médico simplesmente saiu da sala e foi atender outros pacientes, como se nada tivesse acontecido, uma frieza.

Responsabilização

Segundo o pai do bebê, a família quer que o caso seja investigado e se for comprovada alguma negligência por parte do médico, será responsabilizado.

De acordo com ele, quando a equipe do Samu chegou ao local, Miguel já estava morto.

“Meu filho já estava morto quando o Samu chegou. Eu não estou imputando ou acusando ninguém, só quero que a causa da morte seja apurada, e que se houve realmente algum tipo de negligência ou imperícia por parte do profissional, eu só quero a responsabilização, a justiça. Não recebi uma palavra do médico, minha esposa está destruída, em choque”.

Em depoimento, o médico confirmou que a criança teria começado a apresentar os sintomas no momento em que realizava a limpeza e que havia chamado o Samu para realizar o atendimento médico o mais rápido possível.

A perícia foi acionada e, em nota, a Polícia Civil informou que as partes foram conduzidas à Delegacia Regional de Vila Velha e a ocorrência estava sob a responsabilidade da Central de Teleflagrantes. 

De acordo com Davi Metzker, advogado do médico, o profissional contesta a versão apresentada pelos pais do bebê.

“Não houve isso, ele esclareceu que não foi esse o procedimento adotado, mas tenho certeza de que a delegacia vai chegar à conclusão do que realmente aconteceu, mas não foi esse o procedimento adotado”, afirmou.

O médico foi ouvido pela polícia e liberado.

Veja o que diz a defesa do médico:

OAB-ES se manifesta sobre o caso

Após o caso, a diretoria da Ordem dos Advogados Brasileiros do Espírito Santo (OAB-ES), divulgou uma nota onde confirmou que membros de comissões da OAB-ES prestaram assistência inicial à família e que a Seccional deve acompanhar de perto toda a investigação.

“Membros de comissões da OAB-ES, imbuídos de seu espírito voluntário e humano, estão prestando assistência inicial na delegacia do município. O médico que atendeu o bebê foi conduzido para a 2° Delegacia Regional para prestar esclarecimentos. A dor deste pai advogado é a dor de todas as famílias da advocacia e por isso a Seccional acompanhará o caso junto às autoridades competentes”.

Ainda afirmaram que a notícia foi recebida com tristeza, prestando solidariedade à toda a família.

*Com informações do repórter da TV Vitória/Record Rodrigo Schereder.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.