Moradores do Bairro Conquista, na Grande São Pedro, em Vitória, se reuniram nesta Sexta-Feira Santa (18) para um ato de reflexão, homenagens e protesto contra a violência. Na missa especial, organizada pela própria comunidade, eles levaram fotos de seus entes queridos assassinados. O momento mais emocionante foi quando foram à frente, falaram sobre os crimes, alguns que aconteceram há mais de dez anos, mas nem por isso a dor diminuiu.
A igreja ficou pequena. Muita gente compareceu a missa. Foi um ato de solidariedade às famílias das vítimas e também um clamor contra a violência crescente. A homenagem aconteceu cinco dias depois de outra missa, na comunidade, que chamou a atenção de todo o Estado.
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Foi no último domingo (13), quando no caminho de uma procissão, havia o corpo de um homem que acabara de ser morto a tiros. Padre Kélder, que liderava o cortejo, resolveu parar e celebrar uma missa ali mesmo, no meio da rua, ao redor do corpo. A missa especial desta sexta-feira Santa foi uma amplificação desse ato, uma forma de clamar por todas as famílias machucadas pela violência.
“Nós clamamos por toda a sociedade, e é para dizer um basta dessa violência. Chega de extermínio de jovens”, afirma o líder comunitário João Bispo.
E não é só a comunidade da Grande São Pedro que sofre. A violência cresce em todo o Estado. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, aconteceram 307 assassinatos na Grande Vitória, entre primeiro de janeiro e 15 de abril. A Serra foi o município com mais mortes.
Para o consultor de segurança Alexandre Domingos, faltam policiais. O efetivo do Estado é pequeno. No entanto, o policiamento combate a consequência da violência. É preciso atacar as causas dela. Como envolve muitas áreas, a situação se torna difícil. “São várias medidas que precisam ser tomadas, e não só o aumento de efetivo”, diz.
