A morte do bebê Miguel Nunes Costa Reis, ocorrida durante uma consulta médica numa clínica particular de Vila Velha, completou um mês. O caso está em investigação na Polícia Civil e a família busca respostas sobre o que aconteceu durante o atendimento ao menino, que tinha 35 dias de vida.
Segundo a família, Miguel realizava um tratamento contra refluxo quando foi levado à consulta. O laudo médico apontou que a causa da morte foi edema agudo de pulmão, provocado por broncoaspiração de conteúdo gástrico.
O pai do bebê, que é advogado criminalista em João Neiva, afirmou acreditar que houve erro médico.
Na hora que ele voltou com meu filho, ele já veio roxo, totalmente pálido. A gente foi para uma consulta normal e, infelizmente, recebemos essa notícia terrível.”
Ronaldo dos Santos Costa, pai de Miguel
Para o advogado da família, Fábio Marçal, o caso deve ser tratado como homicídio por dolo eventual, quando não há intenção direta de matar, mas a conduta assume o risco do resultado. Ele afirma que a polícia investiga, inclusive, as imagens de câmeras de segurança da clínica.
Entendemos que houve uma manobra inadequada, não prevista em protocolos médicos, e um desprezo pela vida que ficou evidente. Por isso pedimos o indiciamento por homicídio no dolo eventual.”
Fábio Marçal, advogado da família
O que diz a defesa do médico
A defesa do médico nega qualquer prática incorreta. O advogado David Metzker, representante do profissional, afirmou que não houve manobra arriscada ou imprópria durante o atendimento.
Segundo ele, a criança não foi colocada de cabeça para baixo nem submetida a procedimentos que pudessem causar risco.
O médico apenas higienizou o bebê em uma pia, pois ele estava sujo. Não houve qualquer conduta que justificasse esse desfecho.”
David Metzker, advogado do médico
A apuração está sob responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). A Polícia Civil informou que o inquérito segue em andamento e que todas as circunstâncias serão analisadas para esclarecer as causas da morte.