A morte do trabalhador terceirizado da EDP, Luciano de Souza Andrade, 41 anos, foi mais um trágico episódio da guerra de facções do tráfico de drogas em Vila Velha. O caso ocorrido no dia 10 de julho, no bairro Zumbi dos Palmares, teve seis envolvidos, entre eles dois executores e quatro mandantes.
Segundo informações repassadas pela Polícia Civil, na data do crime, a vítima trabalhava em um poste quando foi atingida por um disparo no abdômen e não resistiu. O crime começou a ser investigado e dois suspeitos do ataque foram identificados.
Foi identificado que um ataque havia sido ordenado por integrantes do Primeiro Comando de Vitória (PCV), que desejavam tomar a região de Zumbi dos Palmares, comandada pelo Terceiro Comando Puro (TCP).
Na data do crime, João Victor de Oliveira Moura, mais conhecido como “Vitin”, e Gustavo Roberto de Oliveira, mais conhecido como “Gelado”, que estavam a pé, abriram fogo contra o carro, acreditando ser de facções rivais.
Eles estavam a pé e um veículo se aproximou. Achando que esse veículo promoveria algum tipo de ataque, eles atiraram no carro. Nesse momento, o trabalhador foi alvejado.”
Cleudes Junior, delegado
Durante as investigações, a polícia identificou que o disparo fatal foi realizado por João Vitor, que portava uma metralhadora caseira.
Em decorrência de um ataque, efetuado por integrantes do PCV na região de Zumbi dos Palmares, então existia um carro que adentrou no bairro, eles estavam lá, atiraram em direção e acertaram o trabalhador que não tinha a ver com a situação.”
Cleudes Junior, delegado
Prisão de suspeito do crime aconteceu no dia seguinte
A prisão de “Gelado” aconteceu no dia seguinte à morte do trabalhador. O criminoso estava com outros três suspeitos dentro de um carro.
Chegou a informação até nós, uma guarnição fez a abordagem do veículo e no momento da abordagem desembarcaram quatro indivíduos, sendo que três estavam com arma em punho e também o motorista, que era o ‘Gelado’.”
George Wildne, inspetor da Rocam da Guarda Municipal de Vila Velha
Criminosos foram identificados pela polícia
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que, além de João Victor e Gustavo Roberto, outros nomes também estão envolvidos no crime e são procurados.
Entre eles estão os executores do crime:
- Gustavo Roberto de Oliveira, mais conhecido como “Gelado”, de 29 anos, possui passagens por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e por tráfico de drogas
- João Victor de Oliveira Moura, mais conhecido como Vitin, de 25 anos, com prisões por homicídio;
E outros quatro identificados como mandantes que estão foragidos:
- Stanley dos Santos da Silva, vulgo “Neguim Stanley” ou Gorila, de 25 anos, com prisões por tráfico, porte ilegal de arma e homicídio;
- Diego Silva Santos, vulgo “Peito Seco”, de 29 anos, possui passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, homicídio. Possui mandado de prisão por tráfico de drogas e organização criminosa;
- Wende Oliveira de Almeida, vulgo “Gordinho”, de 19 anos, com passagem por roubo, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, corrupção de menores;
- Gleidson Rezende Marçal, vulgo “Xaropinho”, de 33 anos, apontado como mandante. Possui passagens por roubo, homicídio, porte ilegal de arma e tráfico.
Região de Santa Rita é praticamente dominada pelo PCV
Durante a coletiva, a Polícia Civil explicou que a Grande Santa Rita é praticamente dominada pelo Primeiro Comando de Vitória (PCV), entretanto, quatro regiões da comunidade atualmente estão sob o “poder ilegal do Terceiro Comando Puro (TCP)”.
Nas redes sociais, uma imagem divulgada pelos criminosos mostra as áreas que despertam o interesse da facção criminosa. As bandeiras fixadas no mapa mostram as comunidades controladas pelo PCV. No Centro, aparecem as áreas sob o domínio da facção rival.
Polícia pede ajuda para encontrar paradeiro de foragidos
Diante do número de foragidos, delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, solicitou o apoio da população para localizar os criminosos acusados de envolvimento no crime em Vila Velha.
A população tem uma função importante na segurança pública que é usar o Disque-Denúncia, o 181. Ele é totalmente discreto, você não será identificado, precisamos saber onde estão esses autores para que sejam presos e respondam pelo crime.”
José Darcy Arruda, delegado-geral da Polícia Civil