
A universitária Julia de Paula Barbosa, de 20 anos, encontrada morta na manhã de domingo (5) dentro de sua casa, em Rosa da Penha, Cariacica, tinha sinais de agressão física e já havia relatado episódios de violência por parte do namorado, Aleff Wingler, de 25 anos, que confessou o crime. A informação é da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
De acordo com a investigação, no sábado (4), o casal passou o dia junto em Viana, na casa de familiares do suspeito. Por volta das 22h30, a família dele deixou Julia em sua casa. Por volta desse horário, uma discussão começou entre os dois, motivada por ciúmes. O suspeito relatou que eles estavam sob efeito de bebida alcoólica e que, após a discussão, tiveram relação sexual.
Em seguida, segundo Aleff, a discussão recomeçou. Ele afirmou à polícia que Julia teria dado um tapa em seu rosto e mordido seu braço. Diante disso, ele teria perdido o controle e estrangulado a vítima.
Como a vítima foi encontrada?
Segundo a Polícia Civil, Aleff arrastou o corpo de Julia pela escada até o quarto, onde a universitária foi encontrada nua, coberta com um casaco preto que pertencia à mãe dela.
A ausência da jovem no trabalho, onde prestava serviços em uma padaria, chamou a atenção de uma funcionária, que acionou a mãe da vítima. Ao chegar ao local, a mãe encontrou o corpo.
A polícia foi acionada e iniciou diligências para localizar o suspeito, que tentou fugir para São Mateus, cidade no Norte do Espirito Santo onde reside o pai. Ele foi encontrado em Carapina, na Serra, poucas horas após o crime, sem oferecer resistência, e conduzido à DHPM, onde confessou o feminicídio.
Agressões antes do crime
A delegada adjunta Fernanda Diniz informou que a vítima já havia relatado episódios de agressão anteriores, inclusive uma situação em que teria sido enforcada pelo suspeito. Familiares confirmaram histórico de brigas e violência verbal e física.
É um caso brutal de violência doméstica. É essencial que as vítimas denunciem qualquer tipo de agressão para que a rede de proteção possa atuar.”
Fernanda Diniz, delegada
Aleff foi autuado por feminicídio qualificado. Ele apresentou comportamento calmo durante o interrogatório, embora tenha chorado em determinados momentos. Segundo a delegada, não manifestou arrependimento verbalmente.
O laudo cadavérico ainda será concluído para confirmar a causa exata da morte e identificar todas as lesões presentes no corpo. A polícia mantém investigação aberta para apurar detalhes da motivação, incluindo a relação do casal e eventuais antecedentes de violência. O suspeito permanece preso e à disposição da Justiça.