Um crime registrado na Serra e que inicialmente era tratado como duplo homicídio teve uma reviravolta. Foi o caso de um motorista de aplicativo, que, segundo a polícia, reagiu a um assalto e, em legítima defesa, matou dois dos três suspeitos, no bairro Lagoa de Jacaraípe, em janeiro deste ano.
As informações foram repassadas pela Polícia Civil em coletiva realizada na manhã desta terça-feira (08). Durante a ocorrência, um adolescente de 17 anos e um homem de 21 anos foram mortos. Já um terceiro, Flávio Henrique Augusto da Silva, 21 anos, fugiu, mas foi preso meses depois.
No início, o caso começou a ser investigado como uma briga seguida de mortes, mas depois a polícia identificou que o motorista de aplicativo havia agido em legítima defesa. O caso, na apuração de assassinato, foi arquivado.
Segundo a polícia, o motorista aceitou uma corrida por aplicativo no final da noite, por volta de 23 horas, e os três passageiros entraram no carro. Logo depois, a vítima é rendida.
Em um vídeo, divulgado pela Polícia Civil, é possível ver que o motorista, já sob ameaça, abre a porta do carro e desce do veículo.
Veja vídeo:
Logo após, um dos acusados abre a porta lateral do carro e dá vários chutes na vítima. Além disso, pega o celular do motorista. No entanto, a vítima consegue abrir a porta do veículo, pega uma pistola que estava embaixo do tapete e atira contra dois suspeitos.
Depois do crime, o motorista foi até uma delegacia com o advogado e contou sobre a tentativa de assalto ocorrida.
Motorista vai responder por porte ilegal de arma
Em entrevista nesta terça-feira, o delegado Rodrigo Sandi Mori, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, explica que o motorista agiu em legítima defesa durante a tentativa de assalto, mas vai responder por porte ilegal de arma de fogo.
O motorista de aplicativo tinha o registro da arma que dava direito somente a posse dela, e ele estava portando de maneira ilegal e vai responder pelo crime previsto no artigo 14 da lei 10.826/2003.
O delegado explica que Flávio Henrique, o único sobrevivente da ocorrência, negou a ação e ainda jogou a culpa para os colegas. “Ele compareceu na delegacia acompanhado de um advogado. Atribuiu a responsabilidade do crime aos dois que morreram, fala que não sabia do roubo, mas ele que subtraiu o celular da vítima”, disse Sandi Mori.
Flávio foi preso em maio, no bairro São Judas Tadeu. Ele vai responder por tentativa de latrocínio e corrupção de menores.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Arruda, declarou que esse é mais um inquérito policial resolvido com sucesso pela polícia do Espírito Santo.
“Mais um inquérito policial resolvido, e espero que a pessoa que queira praticar esse crime não o faça. Se fizer, vamos alcançar e prender”, disse.