Uma mulher, de 26 anos, denunciou a violência cometida pelo ex-marido, de 22, na Serra. A vítima possui medida protetiva contra o homem e registrou perseguição e descumprimento da medida pelo suspeito.
Eles tiveram um relacionamento de 2 anos, mas terminaram há cinco meses após diversos casos de agressões e ameaças. O casal tem um filho e, segundo a mulher, ela foi agredida durante a gravidez.
Eu descobri a traição dele, fui questioná-lo e ele veio para cima de mim. A gente entrou em luta corporal. Eu estava grávida de dois meses na época e, depois disso, a gente se separou.”
Mulher perseguida pelo ex
A última das agressões foi registrada por uma câmera de segurança, em Jacaraípe. A vítima estava no portão quando o agressor a puxou pelo braço e a agrediu. Um outro vídeo mostra a van que o irmão da vítima usa para trabalhar depredada pelo suspeito.
Veja vídeo da agressão e da van depredada:
A mulher conta que o histórico de violência gerou traumas. Segundo ela, sempre sente medo quando um carro ou uma moto passa pela rua, porque pensa que pode ser o ex. Ela conta que ele costuma passar com veículos em frente à casa dela e fazendo barulhos.
“Ele vem com som alto, rasgando e acelerando. Se tiver alguém na rua, ele passa por cima. A qualquer momento, ele pode vir tentar alguma coisa pior do que já está fazendo. O sentimento é de medo o tempo todo”, disse.
Um outro registro mostra uma das ameaças cometidas pelo homem contra a vítima. Em áudio, o suspeito afirma que vai dar um susto nela, “que ela vai infartar igual naquele dia”. Ele ainda diz que não tem medo de ser preso pela violência contra a ex.
Segundo a vítima, no último domingo (14), o homem foi até a casa dela e derrubou o portão. O filho do casal quase foi atingido. A mulher precisou colocar troncos de árvore escorando o portão.
Já na quarta-feira (17), ele voltou ao local de moto, acelerando o veículo para intimidar a ex com o barulho. O homem também publicou uma foto portando uma arma em uma rede social nesta quinta (18).
Notificação pode ser feita até por Whatsapp
Apesar da medida protetiva, o suspeito ainda não foi encontrado para ser notificado. A advogada especialista na área criminal, Rosyanne Ferrugine, explica o que fazer em casos como este.
Nesses casos, onde o autor dos fatos fica em local incerto e o Poder Judiciário não consegue localizá-lo para ser intimado, é possível que essa intimação seja via Whatsapp e tem validade jurídica. Além disso, ele pode responder pela quebra de medida protetiva.”
Rosyanne Ferrugine, advogada
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), entre janeiro e agosto deste ano, 1.893 medidas protetivas foram descumpridas no Espírito Santo.
“A sensação é de impunidade, ele faz o que quer. Eu vou, faço o BO, já fiz três e não vejo nada, nenhuma solução. A viatura vem e, antes de chegar, ele vai embora. Ele sempre escapa e fico à mercê dele”, diz a vítima.
Segundo a Polícia Civil, a vítima registrou os casos na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Serra. Os fatos estão sendo apurados por meio de inquérito policial e o caso está sob investigação.
*Com informações do repórter Caio Dias, da TV Vitória/Record