Depois de sete anos foragida, uma mulher de 41 anos acusada de submeter as próprias filhas à exploração sexual foi presa na manhã desta quinta-feira (28), no Terminal de Itaparica, em Vila Velha. O crime teve início na Bahia, mas a acusada acabou sendo localizada no Espírito Santo.
De acordo com a Polícia Militar, a prisão ocorreu após o cerco eletrônico identificar a presença da mulher, que tinha um mandado de prisão expedido pela Justiça da Bahia pelos crimes de exploração sexual de vulnerável, corrupção de menores, abandono e subtração de incapaz.
Segundo a denúncia do Ministério Público baiano, os abusos começaram em 2017, quando as meninas tinham apenas 9 e 13 anos. A filha mais velha chegou a fugir de uma instituição de acolhimento, mas retornou para a mãe, onde continuou sendo explorada.
Ainda conforme as investigações, em 2018, após perder a guarda dos filhos para a avó paterna, a suspeita teria ido até a casa da família e levado três das crianças à força para o Espírito Santo. Duas delas conseguiram voltar para a guarda da avó, mas a filha mais nova permanece desaparecida e nunca foi localizada pela Justiça.
Na época da fuga para o Espírito Santo, a acusada trouxe também dois filhos menores, de 5 e 8 anos, para Vila Velha. Eles teriam sido deixados em situação de risco no bairro Terra Vermelha, onde a mulher viveu até ser presa nesta semana.
O psicólogo Alexandre Brito explicou as consequências de crimes como este:
Isso tem consequências em sua saúde mental, em seu corpo e em sua socialização também. Imagina se uma criança é violada por uma pessoa que ela confia, ela vai ter uma confusão sobre isso. Ela pode se sentir culpada, ter vergonha, se isolar e desenvolver comportamentos agressivos que sinalizam um pedido de ajuda.
A suspeita foi encaminhada à Delegacia Regional de Vila Velha e, em seguida, transferida ao sistema prisional, onde deve aguardar decisão da Justiça da Bahia.
A identidade dela foi preservada porque o caso segue em segredo de Justiça para proteger as vítimas menores de idade.