Luciana Coutinho da Costa, de 35 anos, presa após matar a travesti Milena, com 17 golpes de facão, se disfarçou e vestiu roupas masculinas para cometer o assassinato no bairro Jardim Limoeiro, na Serra.

O crime, registrado no dia 26 de setembro de 2022, foi gravado por meio de câmeras de segurança, onde é identificado que a vítima passa caminhando na rua, sendo surpreendida pela suspeita que a ataca. Milena tenta fugir, mas cai e morre.

Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, o delegado Rodrigo Sandi Mori, inicialmente, a polícia teve dificuldade para identificar a mulher, que estava usando roupas masculinas.

Embora ela estivesse se vestindo com roupas masculinas, dá para observar que é uma mulher. Tivemos uma enorme dificuldade em identificar essa mulher em razão dela ser muito temida ali na região do Copo Sujo, do bairro Jardim Limoeiro.”

Rodrigo Sandi Mori, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra

Durante investigações de outros homicídios e tentativas ocorridas naquela região, a equipe da DHPP da Serra realizou um mapeamento das mulheres que frequentam o local e que possuem características semelhantes à pessoa que aparecia na gravação.

Luciana Coutinho da Costa foi presa pela morte da travesti Milena. Foto: Sesp/Reprodução

“Como complexão física, pernas grossas, quadril largo, jeito de andar, de caminhar, até chegarmos na Luciana. Intimamos algumas testemunhas que frequentam o local e, ao serem ouvidas na delegacia e também ao analisar, ao verem as imagens, as testemunhas reconheceram a Luciana”, disse Sandi Mori.

O delegado representou pela prisão temporária, com a realização da prisão no dia 12 de setembro, na região do Copo Sujo, em Jardim Limoeiro, na Serra.

Luciana negou a participação no crime, mas o órgão já possuía elementos que levaram ao indiciamento pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe.

“Temos elementos contundentes no inquérito que levaram ao indiciamento dela pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima”, disse Sandi Mori.

Crime foi motivado por furto de celular

O delegado Rodrigo Sandi Mori disse que o assassinato foi motivado após Milena furtar o telefone de um cliente do prostíbulo administrado pelo namorado de Luciana.

Depois do furto, ela teria ido ao encontro de outras pessoas para tentar realizar a venda do aparelho telefônico. O fato, teria revoltado Luciana, pois poderia chamar a atenção da polícia para o prostíbulo do namorado, que na época, alugava quartos para mulheres e travestis.

Fato que revoltou ela, pois a atitude da vítima poderia atrair a polícia até o local, inibir a ida de homens até o prostíbulo e, consequentemente, atrapalhar o comércio do namorado da Luciana.”

Rodrigo Sandi Mori, delegado

As investigações apontaram que Luciana se vestiu com roupas pretas, calça, blusa de frio com capuz, prendeu o cabelo, colocou um boné, pegou um facão novo e foi ao encontro da vítima que havia saído em direção à Caixa Econômica Federal.

Durante o crime, Luciana desferiu 13 golpes de facão na região do tórax e as costas. “Ela conseguiu se desvencilhar, correr por alguns metros e cair no asfalto”.

Em seguida, se aproximou novamente da vítima e a atingiu com mais quatro golpes no rosto, orelha e parte lateral da orelha, resultando na morte de Milena.

“Após desferir os 17 golpes de facão, a Luciana ainda arrasta o corpo da vítima por alguns metros na tentativa de tirar o corpo da vítima da rua. Porém, ela desiste da ação e larga o corpo da vítima”, declarou o delegado.

Luciana já possuía passagem pela polícia por furto e tráfico de drogas. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, sob as circunstâncias de motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

A Polícia Civil também informou que, atualmente, ela está detida em um presídio da Grande Vitória e responde a uma ação penal pelo crime.

*Com informações do repórter André Falcão, da TV Vitória/ Record

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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