Washington e Camila, presos pela Operação Luxúria, em restaurante de luxo. Foto: Reprodução/TV Vitória
Washington e Camila, presos pela Operação Luxúria, em restaurante de luxo. Foto: Reprodução/TV Vitória

O casal investigado e preso pela Operação Luxúria na madrugada desta sexta-feira (12), no bairro Aparecida, em Colatina, ostentava uma vida de luxo com o dinheiro tirado das vítimas. O grupo criminoso teria movimentado mais de R$ 600 mil em seis meses.

Camila Francis da Silva, de 31 anos, apontada como líder da organização criminosa que atraía vítimas por meio de plataformas de relacionamento e as extorquia, ironizou a própria prisão.

É uma pessoa que já havia sido presa por esse crime. A resposta que ela me deu quando foi presa: ‘Foi bom enquanto durou'”

delegado Erick Lopes Esteves

O marido de Camila, identificado como Washington Henrique dos Passos, de 37 anos, também foi preso. Uma terceira suspeita, Wilza de Lima Alvez, de 40 anos, também foi presa no bairro Mário Gilrizato, em Colatina.

Camila exibia uma vida de luxo nas redes sociais, mostrando viagens para Dubai, Maragogi, Jericoacoara e outros destinos cobiçados. Ela também ostentava maquiagens, peças de roupas e acessórios de grife e idas a restaurantes luxuosos. Segundo a Polícia Civil, o estilo de vida caro era bancado com o dinheiro do crime.

Na casa, foram encontrados diversos itens de luxo, como relógios, óculos, perfumes importados, valores em espécie e um veículo avaliado em R$ 120 mil. Todo o material foi documentado e servirá como base para a investigação.

Além dos itens, o delegado Erick Lopes Esteves, responsável pela investigação, afirmou que os recursos também foram utilizados para procedimentos estéticos. Camila também financiou cirurgias plásticas para a filha recentemente com o dinheiro das extorsões.

Esta foi a segunda prisão de Camila por extorsão no Espírito Santo. Ela já havia sido presa pelo mesmo crime, inclusive utilizando o mesmo modus operandi, há cerca de sete anos.

Camila Francis quando foi presa há 7 anos (esq.) e atualmente (dir.). Foto: Reprodução/TV Vitória

Esquema atraía vítimas por sites de namoro

Segundo o delegado Esteves, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Vila Valério, Camila mantinha inicialmente perfis em sites de encontros e aplicativos de garotas de programa, onde atraía as vítimas. Em seguida, iniciava as extorsões.

Ameaçando ‘acabar com a vida delas’, expor contatos para familiares e, em alguns casos, enviando vídeos de pessoas sendo executadas para intimidar.

delegado Erick Lopes Esteves

Em um dos casos, o delegado apurou que Camila teria gravado uma relação sexual com a vítima e usou o vídeo para chantageá-la.

A investigação começou quando um empresário procurou a delegacia e contou ter perdido R$ 32 mil no golpe. Depois, foram identificadas vítimas em ao menos 10 municípios do Espírito Santo.

Pelo valor, comecei a investigar com calma. Comecei a procurar outros registros parecidos e, em uma pesquisa rápida, encontrei em torno de 15 a 20 outras vítimas”

delegado Erick Lopes Esteves

As vítimas que procuraram a polícia têm o mesmo perfil: homens casados e, principalmente, empresários de Colatina e região.

Grupo também roubava dados pessoais para fazer empréstimos

O delegado identificou que, por trás do esquema de Camila, haviam outras pessoas na base, que também eram vítimas. A suspeita se utilizava de documentos pessoais de pessoas próximas e de confiança, os quais ela conseguia ter acesso entrando na casa delas.

Ela usava os documentos para criar contas em bancos e pedir empréstimos. Até o nome da sogra de Camila, mãe de Washington, foi utilizado para receber valores.

A mãe do Washington procurou a delegacia para falar que o filho estava sujando o nome dela. Quando chegamos na casa da Camila, tinha cartão de crédito em nome da mãe dele”

delegado Erick Lopes Esteves

Terceira suspeita de envolvimento foi presa

De acordo com a polícia, Wilza de Lima Alvez, apontada como amiga de Camila, emprestava os dados e a conta bancária para os repasses financeiros. Em troca, a mulher recebia um pagamento mensal.

Wilza de Lima Alvez. Foto: Reprodução/TV Vitória

Wilza foi presa nesta sexta (12). Pela conta dela, passaram ao menos R$ 80 mil. A renda é incompatível com o perfil financeiro dela, que, inclusive, é assistida por um programa de assistência social do governo federal.

Os três presos durante a operação vão responder por extorsão e outros crimes identificados no decorrer da investigação, que pode ter novos desdobramentos nas próximas semanas.

Para a Polícia Civil, não há a menor dúvida da culpa da Camila com relação aos fatos”

delegado Erick Lopes Esteves

O que diz a defesa dos envolvidos?

Por meio de uma nota, encaminhada ao Folha Vitória, a defesa de Camila e Washington, realizada pelo advogado Anderson Aldori, informou que está em contato com o delegado responsável pelo caso envolvendo a cliente.

Nossa prioridade imediata é garantir o acompanhamento legal do interrogatório e ter acesso integral aos documentos do inquérito policial. Só a partir dessa análise minuciosa poderemos entender de fato a natureza e o escopo exato das acusações formuladas pela investigação”

Anderson Aldori, advogado
Redação Folha Vitória

Equipe de Jornalismo

Redação Folha Vitória é a assinatura coletiva que representa a equipe de jornalistas, editores e profissionais responsáveis pela produção diária de conteúdo do Folha Vitória. Comprometida com a excelência jornalística, a equipe atua de forma integrada para garantir informações precisas, atualizadas e relevantes, sempre alinhada à missão de informar com ética, democratizar o acesso à informação e fortalecer o diálogo com a comunidade capixaba. O trabalho do grupo reflete o padrão de qualidade da Rede Vitória de Comunicação, consolidando o veículo como referência em jornalismo digital no Espírito Santo.

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