
Luan dos Santos Braz, de 29 anos, suspeito de matar a facadas a namorada Rayana Bittencourt de Oliveira Rios da Silva, de 36, dentro de casa no último domingo (9), em Residencial Jacaraípe, na Serra, foi capturado em uma área de mata em Nova Almeida.
Segundo apurações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória, o suspeito teria permanecido escondido no meio do mato desde o dia do crime. Ainda segundo as apurações da jornalista, familiares de Luan o teriam entregue à polícia. A prisão ocorreu nesta quarta-feira (12).
O caso está sendo conduzido pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM). O suspeito foi levado para o Departamento Especializado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória, onde funciona a DHPM. Luan presta depoimento neste momento.
Familiares da vítima estão na DHPP e levantam a possibilidade de realizar um novo protesto no local.
Relembre o caso
A administradora Rayana Bittencourt de Oliveira Rios da Silva, de 36 anos, foi assassinada a facadas dentro de casa, na frente dos filhos, na madrugada de domingo (9), no Residencial Jacaraípe, na Serra.
Segundo familiares, o autor do crime é o namorado dela, identificado como Luan dos Santos Braz, de 29 anos, que fugiu do local.
A Polícia Militar informou que foi acionada por volta das 5h30, mas, ao chegar ao endereço, não encontrou ninguém no local. Pouco depois, os policiais foram informados de que duas pessoas haviam sido esfaqueadas e estavam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castelândia. Rayana não resistiu aos ferimentos.
A segunda vítima, um motociclista de aplicativo que tentou intervir na briga, foi atingido por golpes de faca no abdômen e buscou atendimento médico. Rayana deixa quatro filhos: uma jovem de 19 anos, duas meninas de 14 e 12 anos, e um menino de cinco anos.
Filha presenciou o crime
A filha mais velha de Rayana, Khauny Rios, testemunhou o crime, assim como o menino de cinco anos. A jovem chegou a lutar com Luan para tomar a arma do crime.
Khauny contou que recebeu uma ligação desesperada da mãe momentos antes do assassinato.
“Às 2h40, minha mãe me ligou e desligou. Eu mandei várias mensagens e ela respondeu dizendo que o Luan estava matando ela, o namorado. Nisso, já comecei a chamar um Uber. Quando cheguei, vi a faca entrando nela. Ele ainda veio para cima dela querendo dar mais facadas. Eu fui para cima dele, tirei a faca da mão dele. Quando ele viu que eu estava com a faca, saiu correndo, entrou no carro e fugiu”, contou a filha da vítima.

Segundo a jovem, o homem era extremamente ciumento e controlava todos os passos da mãe. “Ele era psicopata. Minha mãe não podia ter celular, só mexer no dele. Ele não deixava ter foto do meu pai em casa. Meu pai faleceu, e ele tinha ciúmes até das fotos. Foi tirando tudo, as fotos sumiram”, contou.
Ela ainda revelou que Rayana já havia sido vítima de outras agressões e possuía vídeos que registravam momentos de violência.
“No vídeo que ela me mandou das agressões, ele perguntava por que ela tinha foto do ex-marido. A briga dessa vez começou porque ele disse que todos os homens do bairro estavam dando em cima dela. Quando estava sóbrio, já era muito ciumento. Quando bebia, partia para a agressão”, relatou.
Carro de suspeito foi encontrado um dia depois
No dia seguinte ao feminicídio, o carro de Luan foi encontrado na região de Nova Almeida, na Serra. O veículo estava abandonado perto de um sítio.
De acordo com familiares de Rayana, eles próprios realizaram buscas na região e conseguiram localizar o automóvel. Apesar da descoberta, Luan ainda não havia sido localizado.
Família realizou protesto
Amigos e familiares da vítima realizaram um protesto na noite desta terça-feira (11) na Avenida Vitória, na Capital.
Com camisas brancas que traziam a foto de Rayana, além de cartazes pedindo por justiça, os manifestantes caminharam pela avenida em silêncio.

Dentre os participantes, estava a filha de Rayana, Khauny Rios. Na ocasião, a jovem disse à reportagem da TV Vitória que esperava a qualquer momento receber a informação da prisão de Luan e revelou que não conseguia dormir desde que a mãe foi assassinada.
*Com informações da repórter Marla Bermudes, da TV Vitória/Record