Renato Casagrande em coletiva armazém 5
Foto: Thiago Soares/ Folha Vitória

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, afirmou que, no momento, após a megaoperação policial nos Complexos da Penha e Alemão, não existe movimento de líderes de facções criminosas do Rio de Janeiro em direção ao Espírito Santo.

Durante a Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) contra integrantes do Comando Vermelho, foram confirmadas 121 mortes – destas, quatro de policiais – durante a ação, a mais letal da história do estado.

A declaração do governador do Estado foi feita ao Folha Vitória, na manhã desta quinta-feira (30), durante a abertura do Armazém 5 do Porto de Vitória.

Segundo o governador, as inteligências do governo estadual e federal estão atuando de maneira complementar, acompanhando as divisas com o Rio de Janeiro.

Não tem nenhum movimento de lideranças criminosas de lá para cá, até porque todas as que vêm para cá são presas, alcançadas e presas. Nós sabemos que eles não se deslocam para cá, porque aqui a chance de eles serem alcançados é muito grande.”

Renato Casagrande, governador do Espírito Santo

Casagrande também destacou que foi feita uma reunião com as forças de segurança do governo federal, Polícia Federal, Rodoviária Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) avaliando se haverá repercussão da operação das forças de segurança do Rio de Janeiro no Estado capixaba.

Nossas inteligências estão integradas, as inteligências do governo do Estado com o Governo Federal. Estamos acompanhando as divisas, a Polícia Rodoviária Federal. A gente reafirmou essa ação conjunta para dar tranquilidade à população capixaba.” 

Renato Casagrande, governador do Espírito Santo

Divisas são monitoradas com tecnologia e barreira físicas

Renato Casagrande também disse que atualmente, além das barreiras físicas, o monitoramento das divisas com os estados vizinhos é realizada mais por tecnologia, por meio do Cerco Inteligente de Segurança, com a leitura de placas e leitura facial de suspeitos.

O controle tecnológico e troca de informações, o monitoramentos dos líderes das organizações criminosas capixabas, que estão lá no Rio de Janeiro, monitorar se tem algum movimento deles, isso a tecnologia nos permite fazer com muito mais eficiência do que a barreira.”

Renato Casagrande, governador do Espírito Santo

Mesmo com a inteligência tecnológica, o governador afirma que também é realizada a barreira física, na BR-101, por meio da Polícia Rodoviária Federal e nas vias estaduais, pela Polícia Militar.

Operação mais letal do Rio

A megaoperação no Rio de Janeiro, defendida como um sucesso pelo governador Cláudio Castro (PL), também é considerada a mais letal da história do Estado. A ofensiva envolveu 2,5 mil policiais, blindados e helicópteros para avançar sobre um território dominado pelo crime organizado. O CV chegou a usar drones com bombas ao reagir.

As outras duas ações policiais com mais mortes na história do Rio também aconteceram durante os governos de Cláudio Castro: 23 mortos na Penha, em 2022, e 28 mortos no Jacarezinho, em 2021.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória

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