Polícia

Preso acusado de participar de tiroteio que matou criança de 10 anos em lanchonete em Viana

Ageu Santos da Cruz confessou ter participado do crime que matou o menino Elias Martins Simplício. Na ocasião, também morreu Diego Rafael Araújo, o verdadeiro alvo dos disparos

Ageu estava preso por tráfico de drogas e confessou ter matado a criança e o antigo rival Foto: TV Vitória

A polícia apresentou, na tarde desta segunda-feira (26), mais um envolvido no tiroteio que terminou na morte de uma criança de 10 anos, em maio do ano passado, em Vila Betânia, em Viana. Ageu Santos da Cruz, de 19 anos, confessou ter participado do crime que matou o menino Elias Martins Simplício. Na ocasião, também morreu Diego Rafael Araújo, mais conhecido como "Dentinho", que seria rival de Ageu e o verdadeiro alvo dos disparos.

Pela morte da criança, o criminoso se disse arrependido, mas se disse satisfeito pela morte do rival. "Se fosse só ele [Dentinho], eu matava de novo. Mas pela criança estou totalmente arrependido", disse.

A polícia afirmou que um adolescente de 17 anos também participou do duplo homicídio. Ele foi detido neste mês e está internado em uma unidade socioeducativa.

O crime aconteceu na noite do dia 1º de maio. Era feriado e Elias tinha pedido ao pai para ir até uma lanchonete em Vila Betânia. Em frente ao estabelecimento estava Dentinho, que morreu na hora após ser alvejado. 

"Fomos acertar uma conta com o Dentinho. Ele estava encostado em um muro. Passamos de moto, vimos ele e manobramos mais à frente. Assim que ele me avistou, colocou a mão na cintura e correu para o meio da multidão. Disparei contra ele, subi na moto e fui embora", contou Ageu.

A criança foi vítima de bala perdida. Ela ainda foi socorrida para o hospital, mas não resistiu. Segundo o pai, o sonho de Elias era ser um policial militar. 

Investigação

Elias foi morto ao ir a uma lanchonete em Viana, em maio do ano passado Foto: Reprodução

Segundo a polícia, Ageu é integrante de um quadrilha de traficantes de drogas que atua nos bairros Industrial e Flor de Piranema, em Viana. Ele foi preso em junho do ano passado durante uma operação da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten). Depois de meses de investigação, a polícia descobriu a participação dele nos homicídios.

"Nós temos depoimentos de testemunhas. Conseguimos, através de um trabalho integrado com a Polícia Militar e o Ministério Público, localizar a arma do crime. Conseguimos as confissões dos dois que, ao verem o resultado do exame de balística, e o reconhecimento da jaqueta que um deles utilizava na cena do crime, viram que não havia como negar", ressaltou o delegado Arthur Bogoni. 

A arma usada no crime, uma pistola calibre 9 milímetros, foi apreendida em setembro do ano passado. Ela foi usada em uma troca de tiros com a polícia. Na ocasião, Robson Nunes da Silva, mais conhecido como "Zé Gotinha", e um comparsa dele foram mortos. Mais três pessoas foram presas. Segundo a polícia, todos pertencem à mesma quadrilha que Ageu.

Dias depois, a polícia abordou o adolescente de 17 anos. Ele estava com uma jaqueta, que foi reconhecida por testemunhas como a mesma que um dos assassinos usava. 

O menor confessou participação no crime e acabou dando pistas que levaram a polícia até Ageu. O suspeito, que já estava preso por tráfico, agora vai responder por mais crimes.

"Os dois foram indiciados por duplo homicídio qualificado. O menor já estava apreendido, respondendo a processo. Já contra o maior [Ageu], o Ministério Público vai oferecer nova denúncia por um novo crime, que é o duplo homicídio qualificado", disse o delegado.

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