Polícia

Quase 1,4 mil pessoas foram assassinadas em 2015 no Espírito Santo

A taxa de homicídios do ano passado foi calculada em 35,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. A menor registrada nos últimos 23 anos

Número de homicídios: 1,4 mil Foto: Arquivo/TV Vitória

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) divulgou o balanço de homicídios registrados em 2015 no Espírito Santo, nesta terça-feira (5). Foram 1.391 mortes registradas em todo o Estado de janeiro a dezembro, mas se comparado ao ano de 2014 houve uma redução de 138 mortes.

A taxa de homicídios do ano passado foi calculada em 35,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. A menor dos últimos 23 anos. O secretário André Garcia comemorou a redução de 9% no número de homicídios, mas não se considera satisfeito.

"Essa taxa chegou a 60 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Esta é a melhor taxa dos últimos 23 anos. A redução dos homicídios ocorreu especialmente na Região Metropolitana, e em um contexto em que mais de 60% das mortes acontecem na Região Metropolitana, o número é bastante importante", afirma.

Outra redução considerada importante pela secretaria foi no número de crimes cometidos contra a mulher. No ano passado houve uma queda de 7,2% nos homicídios de mulheres em comparação com 2014. A taxa ficou em 6,6 mortes para cada grupo de cem mil mulheres, a menor desde 2001.

Secretário comemorou queda nos números Foto: TV Vitória

Apesar da redução no número de homicídios no Espírito Santo, o que não mudou foi o perfil dos crimes. Cerca de 70% deles são cometidos por jovens entre 15 e 24 anos de idade, e grande parte relacionada ao tráfico de drogas.

Em relação aos municípios mais violentos do Estado, a Serra continua liderando o ranking com 23% das mortes. Em, 2015 foram 320 assassinatos registrados no município contra 175 em Cariacica, 174 em Vila Velha, 74 em Vitória, 38 em Guarapari e 21 em Viana. 

"As ações que vão ser feitas na Serra, são aquelas que já estão sendo realizadas há algum tempo. Do ponto de vista policial, vamos intensificar o patrulhamento, identificar lideranças criminosas, já que a Serra é um município onde há uma concentração grande de micro-lideranças e eles entram em confronto. Então estamos mapeando isso constantemente porque essas lideranças são renovadas com as prisões, cada vez mais com um perfil jovem e de enfrentamento. Agora vai uma Escola Viva para a Serra, em Planalto Serrano, e a expectativa é que nós consigamos estabilizar e dar continuidade ao processo de redução da criminalidade", diz Garcia.

Agressão

O secretário comentou, também, sobre a agressão de um policial militar a uma moradora na Serra, nesta semana. "Nós estamos capacitando todos os PMs. Para se ter uma ideia, foi incluído uma disciplina no curso de formação dos soldados para se discutir a Lei Maria da Penha. Comportamentos dessa natureza não são compatíveis com a dignidade da função do policial militar, e a grande maioria dos PMs não age desta forma, eu tenho certeza", completou Garcia.